Quem tiver a humildade de reconhecer a turbulência de Atenas, apenas pode prever que, ano a ano, seremos “annus horribilis”, sem o “porreiro, pá” de uma Europa que diziam federal, mas que já nem bandeira azul de doze estrelas serviu como pano de fundo para o anúncio da coligação dos dois membros lusitanos da principal multinacional partidária europeísta. Assim, os velhos criadores de artificiais factos políticos e parangonas não passarão de mera nota pé de página dos restos de “agit-prop” e dos velhos secretariados de propaganda nacional. Hoje é o dia zero de um novo estado de graça, como já se viveu com Sócrates, Barroso ou Guterres. E até os rebeldes, que acham que pensar é dizer não, e tendem a ser do contra, aguardam, com leal expectativa democrática, o anunciado processo que nunca se herda: o da conquista da confiança, tanto dos mercados da geofinança, como dos mercados políticos internos. Por isso é que todos gostámos das palavras de Passos e não desgostámos das de Portas. Esperemos que, na prática, a teoria não seja outra.