Quem tiver a humildade de reconhecer a turbulência de Atenas apenas pode prever que, ano a ano, seremos “annus horribilis”, sem o “porreiro, pá” de uma Europa que diziam federal, mas que já nem bandeira azul de doze estrelas serviu para pano de fundo do anúncio da nova coligação dos dois membros da multinacional do Partido Popular Europeu. Assim, os criadores de artificiais factos políticos, nomeadamente os habituais semeadores de deixas que fazem as parangonas dos semanários de regime, não passarão de mera nota pé-de-página dos restos de “agit-prop” e dos velhos secretariados de propaganda nacional. Hoje é o dia zero de um novo estado de graça, como já se viveu com Sócrates, Barroso ou Guterres. Até os rebeldes, que acham que pensar é dizer não e tendem a ser do contra, aguardam, com leal expectativa democrática, o anunciado processo de conquista da confiança, tanto dos mercados da geofinança, como dos mercados políticos internos. Por isso é que todos gostámos das palavras de Passos e não desgostámos das de Portas. Esperemos que, na prática, a teoria não seja outra.