O mal das decadências sempre foi o politicamente correcto do "agenda setting" e das suas campanhas de imagem, sondagem e sacanagem. O pior é que há, pelo menos, dois, os dos irmãos-inimigos, do situacionismo e do oposicionismo. Dizem o mesmo, entre a tese e antítese, sem divergências nem convergências. Deste modo, falha sempre a necessária emergência e enrodilhamo-nos em semanários do regime, comentadores do regime e empresas do regime. Pagam todos, apenas ganham alguns.
"Lapsus linguae" é o mesmo que "lapsus calami". Pedimos desculpa por este lapso, a telenovela continua. Em política o que é, é mesmo. E tudo o que parece será, salvo se eu disser que quando quis dizer o que disse não o disse. Isso da palavra dada é chão de lagoa...
Político "ocasional", feito ministro "colossal", diz que o problema da Madeira é "pontual". Ainda bem que há Gaspar. Se fosse o Mira, do angolar, já estavam extintos os serviços públicos que ele considera inúteis, com despedimentos imediatos. Zedu tentou contratá-lo para elaborar o prace, o premar, o premac e o o prozac luandenses. Amorim não deixou.
Alberto João confessou a contabilidade criativa que é um ramo da chamada engenharia financeira, a que nos foi ensinada pelos sucessivos ciclos do cavaquismo, do guterrismo, do barrosismo, do santanismo e do socratismo. Agora, troikados, estamos sujeitos a outros fiscalizadores e controladores. E começa a ditadura das contas, onde sumir não é somar. Há quem tenha perdido o prazo de validade. E há quem passe de pirómano a bombeiro. Espero que o PSD descalce a bota a que nos atou. Já chega de pé de chumbo. O tango agora é outro.
"Obviamente que a situação na Madeira prejudica a imagem de Portugal no exterior. Quando se procura, em termos de política externa, o tempo que é levado a construir um boa imagem é infinitamente superior ao tempo que a faz destruir. Os melhores esforços do Governo foram destruídos pela gestão de percepção, é uma situação infinitamente gravosa para a imagem do País. Citando Manuel Alegre, há aqui o problema típico da imagem, da sondagem e da sacanagem."(depoimento prestado ao Diário Económico)