Do episódio das Pudley/BPP, apenas retiro que há agências de recrutamento de homens das artes e das letras que funcionam como as que promovem a socialite das revistas cor de rosa. Para que os primeiros dedilhem contra os nichos de mercado das ditas tias de Cascais e da Foz do Douro, com os seus eventos, a contado...
Se as primeiras continuarem a ser a esquerda e as segundas, a direita, compreenderei melhor a decadência...
Da direita que convém à esquerda, do vice-versa e do vira o disco e toca o mesmo, sempre à esquina, a mexer na concertina...
Considero-me totalmente esclarecido com aquilo que, ontem, Alegre disse na RTP. Fiquei hoje totalmente elucidado com aquilo que Cavaco disse na TSF. Ambos caíram na mesma esparrela. Ambos perderam.
Infelizmente, há por aí muitos restos das direitas e das esquerdas mais estúpidas do mundo. Alguns conselheiros de certa direita cobarde ainda são arrependidos da extrema-esquerda de que sempre desconfio. Até porque andam de braço dado com os tradicionais inimigos: os agentes do fanatismo, da ignorância e da tirania!
Nunca deixarei de atribuir a Alegre a dimensão do pretérito perfeito de um Abril que vai de Salgueiro Maia a Melo Antunes, com Jaime Neves na hora certa. E não deixarei de resistir aos tropas que não quiseram cumprir a voz do povo, medida pelas eleições livres de 25 de Abril de 1975 e aos que sempre nos instrumentalizaram para um regresso à ditadura
Cavaco e Alegre, bem como ilustres apoiantes dos mesmos, estiveram na mesma barricada a 25 de Novembro de 1975. Por favor, não deixem que a liberdade conquistada por valores mais altos, possa ser enredada pelas conveniências populistas, arrivistas e demagógicas, de que só beneficiarão os inimigos da democracia, à direita e à esquerda.
Confesso que eu próprio nunca poderia ser actor político, porque faço tantas confusões de verificação de contas como Alegre. Confesso que também era capaz de confiar a minha carteira a Cavaco. Mas nunca confiarei politicamente nalguns dos propagandistas recentes de Manel. E jamais confiaria a minha carteira a antigos e presentes amigos políticos de Aníbal.
Ouvi e vi o comunista da Madeira, vestido de Tiririca, que teve a coragem de se mostrar inteiro. Espero que os controleiros constitucionais das magistraturas tenham feito adequado registo, para os devidos efeitos. É tudo bem mais grave do que as Pudley e as compras e vendas de acções de Aníbal
Os casos que atrapalham Alegre e Cavaco são desses normais-anormais que cabem ao jornalismo de investigação. E por acaso foram por ele descobertos, em quase todos os contornos. Só que agora há os altifalantes de campanha, agitados pelos dos respectivos campanheiros e deputados, em agitprop, dita publicidade. E os publicitários políticos são sempre uns exagerados.
Não desconfio minimamente de Cavaco e de Alegre enquanto pessoas. Todos confirmam como meteram os dois o ilustre pé no lodaçal de um novo tempo político já sem a grandeza de outras eras. Outrora, ninguém atacou Soares com os argumentos do livro de Rui Mateus e muito bem.
Muitas entradas de leão, algumas saídas de ... rasteiro, nestes soldados da política que não se desviaram de certas minas, de alguns desvios de armamento e de ataques furtivos, típicos da guerra subversiva. Não dá o bate e foge das auditorias a que só alguns têm acesso e todos podem saber porquê.
Alerta de tsunami. Querem tapar as fendas de muitos gigantes com pés de barro, depois de utilização de bombardeiros para afastamento de nuvens de insectos. Os pássaros apenas caíram por causa do fogo de artifício. Mas em Lisboa já troveja.
Para os que não podem espreitar Plutarco, aqui deixo o título das três obras: "Como Distinguir um Adulador de um Amigo" (leitura obrigatória entre os habituais sindicatos de elogio mútuo, como na política e na universidade), "Como Retirar Benefícios dos Inimigos" (de grande utilidade nas presidenciais) e "Acerca do Número Excessivo de Amigos" (sobretudo para agências internéticas de criação de listas).