Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

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Dez 11

Para quem anda à procura da ciência e julga que a respectiva ciência é mais científica que a dos outros ramos da ciência. Um bela provocação a todo o absolutismo. Especialmente para quem escreve exercícios de trabalhos, teses e dissertações e perde as estribeiras do humanismo.

 

Da minha janela de La Valetta, onde ostento a bandeira que a dona da casa, um dia, içou, e que o seu herdeiro ainda mantém. Era a maneira gozona de nos dizermos das partes dos Braganças, em terras de Oceania. As cores do Lichenstein são as do Políptico de São Vicente de Fora e até o Google street as capta.

 

O meu querido BB ainda não reparou que este país é mesmo para velhos? Isto é, para contínuas conspirações de avós e netos, com jotas manipulados por gerontes, para que, de vitória em vitória, sejamos todos cadáveres adiados que nem sequer procriam?

 

Tenho para aí um livrinho, editado pelo Fórum Estudante, em 2005, na qualidade de profissional da ciência política, onde recusava a categoria de politólogo, e onde dizia apenas: "o mercado de trabalho está fechado". Fui o único realista, denunciando o principal inimigo de quem trabalha na área: o sistema de ensino e de avaliação das universidades, que não incentiva o trabalho competitivo. As bruxas das ocultações criaram, entretanto, mais não seis quantas entidades orgânicas, em vez de as fundirem todas para um país com a nossa dimensão.

 

A magnífica proposta rangeliana quanto à agência para o pontapé no rabo deveria ser imediatamente privatizada pela canalha dita política que nos quer desterrar da pátria. Eu pensava que os papagaios, além de exógenos, eram uma espécie protegida, para se manterem na lei das respectivas selvas engaioladas.

 

Uma família da nossa aldeia dos macacos, ainda à espera de guia de marcha da Agência Portuguesa para a Emigração para a África Oriental. Ou o estado a que podemos chegar.

 

O problema europeu está cada vez mais dependente de um perturbador continental. Os sinais da Síria, do Egipto, da Turquia e de Israel têm que ser descodificados. Eis mais um. A primeira saudação à dita retirada norte-americana.

 

Um professor universitário é demitido em 16 de Agosto de 1962, porque, em 13 de Maio, pondo em prática o seu feito de homem livre, escreve uma carta ao director da escola em que "verberava a maneira como o Ministério tem conduzido a questão estudantil". O alto hierarca ministerial conclui pela "indisciplina, irreverente e grave conduta, que revela, de facto, impossibilidade de adaptação às exigências da função que exerce". Outro inadaptado o recorda hoje.

 

Depois de ouvir o presidente do grémio dos bancos, sobre a transferência dos fundos de pensões para o Estado, quase me comovi. Não tarda que surja um peditório público em favor dos nossos bancos. Coitados!

 

Cada vez mais se entende melhor a razão pela qual Cabo Verde já ultrapassou Portugal no "ranking" da qualidade da democracia, de acordo com "The Economist". Pelas ilhas, parece que não há gestões do silêncio, em nome do respeitinho.

 

A troika vai também controlar a Coreia do Norte. Não consta que fechem os casinos de Stanley Ho.

 

Zita Seabra na SICN denuncia o relativismo. As vítimas do comunismo deveriam ser tratadas com o respeito com que se tratam as vítimas do nazismo e do fascismo. Por causa desse relativismo é que costumamos branquear alguns dos vitimadores. É o chamado complexo do déspota. Quando ele se diz iluminado. A começar pelo que interrompe a avenida da Liberdade. Sou mais de reter as memórias de Alcipe, Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre, a Marquesa de Alorna.

 

"A tendência para o monossílabo como forma de comunicação...de degrau em degrau, vamos descendo até ao grunhido" (José Saramago)

 

Essa do Adamastor, tanto tinha Bartolomeu Dias no mar, como El-Rei D. João II a inspirar a república. E o comandante da frota acabou por morrer, tentando. Os navios agora, mal passam o Bugio, metem logo água. Não se experimentaram em Toro.

 

publicado por José Adelino Maltez às 20:27

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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