Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

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Jan 05

001-20005 Cosmopolis

 

 

Falta ainda muita viagem por cumprir para que os homens de boa vontade possam passar as tormentas a alcançar a boa esperança de um caminho para a humanidade, quando o ser vencer o ter, quando o amor vencer a guerra. Quando tratarmos o outro como o próximo, o vizinho, o conterrâneo, o compatriota, o nosso irmão. Quando, sem negarmos as pequenas pátrias e as grandes pátrias, soubermos ascender à terra dos homens, à cosmopolis e pudermos dizer, como Pessoa, "tudo pela humanidade, nada contra a nação", mas desde que cada nação seja entendida como caminho para "uma super-nação futura". Quando vencermos os impérios que nos invadem, de forma visível e invisível, pelo mercado ou pela colonização cultural. Quando, de mãos livres, pudermos ter fé no homem, no seu destino ou no seu transcendente. Quando o abraço armilar nos voltar a aquecer.  Não, ainda vivemos nas guerras civis ideológicas, nas guerras frias culturais, nas guerrazinhas de homenzinhos, desses que são marcados pela vontade de poder, nesta anarquia mansa que, subterraneamente, nos amarfanha pelas longas teias da cobardia, gerando as sucessivas ditaduras do situacionismo e da incompetência. Insurge-te contra este mais do mesmo, desobedece aos compadres e comadres desta sociedade de Corte, não admitas que, no espaço público, em nomes das razões de Estado, se pratique aquilo que não admites em tua casa, na tua família, na tua rua, na tua terra. Volta a ser um homem livre, não tenhas medo!

publicado por José Adelino Maltez às 20:21

Janeiro 2005
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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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