Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

11
Mai 10

 

Ontem, pela manhã, no Rádio Clube, lá recordei a noite política de sexta-feira e a chuvosa manhã de sábado. Com Sócrates, de Bruxelas, a ligar directamente a Passos, num telemóvel que não deve ser vermelho, mas utilizar a intermediação belenense...


Sábado, Cavaco, no país do chocolate, faz pressão e comentário político, põe Dona Maria com saudades da casinha do Allgarve, mas sem conseguir abrir gavetas, porque não se dá com a "very cleaver" arquitectura contemporânea das ferragens do clique, mas não tem suficiente informação sobre a reviravolta da eurofinança, ocorrida nessa madrugada diante de Barroso, depois deste ter recebido Passos Coelho, dias antes...


Mendonça, ex-fiel ortodoxo de Marx, vende banha de cobra ferroviária e invoca como bem exemplo de obra pública ferroviária a ponte de Salazar, em nome de novo mestre, Keynes, mas sem ler o livrinho que Professor Jacinto Nunes lhe vai dedicar...


Teixeira dos Santos lá deixa cair que vai haver aumento de impostos. Nunca mais leiam os lábios de Sócrates!


Há uma coisa que faz alterar promessas eleitoral e provoca revisões de contratos, com consequentes défices e derrapagens. Chama-se alteração anormal das circunstâncias (rebus sic stantibus) e até está consagrado nos Códigos Civis, incluindo o nosso, o de Salazar, mas que ainda não mudou de nome, como a ponte...


A República Portuguesa só é soberana através da gestão de dependências e pela navegação nas interdependências, da UE à NATO, do TGV à globalização, incluindo Papa e bolsas...


Se até agora vivemos acima daquilo que temos e produzimos, foi porque os manuais de macro-economia, invocados por Cavaco em Óbidos, nos mandaram ser utilitaristas, pelo máximo de prazer com o mínimo de dor, no âmbito da geofinança e dos especuladores. Logo, quem vai à guerra dá e leva e quem ganhou, agora perde, nesta sociedade de casino...


Aquilo que nos permitiu viver remediadinhos, mas entre os trinta primeiros do "ranking" mundial, no grupo dos mais ricos do mundo, mesmo sem produtividade, instrução, cultura e civismo, está agora a tramar-nos...


Agora, ai de quem queira fiar-se na Virgem e não corra. Vale mais fiar-nos no proteccionismo europeu, nas medidas para a recuperação e segurança da moeda única e, sobretudo, na "remuntada" da economia e das finanças das Espanhas e do chamado mercado ibérico. É o que vai acontecr, caso contrário, acaba o euro...


Passos e Sócrates vão namorar esta semana. Mas Bloco Central já não chega. PS mais PSD, diante de uma crise social sem justiça, podem vir a ser menos, se assim se somarem, do que foram PSD e PS sozinhos, em tempos de maiorias absolutas. Para haver povo, têm que chamar Jerónimo e Carvalho da Silva, Portas e Saraiva. A frente social de apoio, que ia de Joe Berardo a Ricardo Salgado, apenas folgava. Alargá-la a Jardim dá apenas défice de risada. O apoio a Alegre, mesmo com tele-evangelistas, não alarga. Até as IPSSs do Padre Maia e o Banco Alimentar da Isabel Jonet são urgentes! Mesmo que seja com Sócrates a seguir o exemplo patriótico de Gordon Brown...


PS: Imagem picada aqui

publicado por José Adelino Maltez às 08:40

04
Mai 10

Alegre é, sem dúvida, o poeta mais politicamente consequente da nossa história contemporânea e, em termos simbólicos, com um avô republicano e outro monárquico, consegue fazer convergências mobilizadoras tanto à direita como à esquerda. Quem ama a palavra, não só o respeita como o admira, mesmo que faça parte de outras tribos familiares da nossa politiqueirice. Logo, pode citar o sonho de Antero, ou o companheirismo de Melo Antunes, até porque foi consequente com a liberdade, antes, durante e depois de Abril e do PREC,  e não deve ceder aos áulicos que o mandam invocar Keynes, como conselheiro de Roosevelt, por causa dos actuais projectos de investimento público. Até Karl Marx se revoltaria com essa invocação da grande oficina de recauchutagem do capitalismo, nomeadamente pelos equívocos que pode gerar com outros paradigmas mais caseiros, como o de Duarte Pacheco e os conselhos que o velha escola do Quelhas dava a um pretenso Estado Novo que, por acaso, até antecedeu o conceito de “New Deal”, quando Salazar denunciava “a fina flor da plutocracia” .  Alegre não nasceu para ser comentador económico, mas antes o patriotismo em figura humana que não tem que fazer contabilidade de partidocracia. Porque, mesmo um patriota nada socialista, não republicano e pouco laico pode estar disposto a comungar em fé de povo, esse mobilizador das brumas da memória e das suadades de futuro. 

publicado por José Adelino Maltez às 17:03

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Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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