Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

26
Fev 11

Não gostei de ler no Expresso, o nível a que reduziram as nossas Forças Armadas. Mais do que o Wikileaks e os FLADs, basta reparar nos "gurus" dos crepúsculos que dizem dar-lhes pensamento e estratégia. Nem quem comanda o pensamento dominante os está para aturar. Nem nós, mesmo que tenhamos de os gramar. Agora está tudo com a Lurdinhas, que é como traduzimos em ilusão de subsídios o eixo euro-atlântico...

 

publicado por José Adelino Maltez às 14:43

 

1
Debate quinzenal na nossa casa da democracia: foi 31 de boca contra 31 de boca, para glosar Silva Pereira... Pena faltar o discurso da palavra posta em razão ("logos" em grego). Mais um dos palcos desta campanha eleitoral permanente para efeitos sondajocráticos e de sessão de esclarecimento para as directas do PS...


2
E o PSD com tantos ex-líderes como treinadores de bancada quase parece um clube de ausentes-presentes, os que não jogam mas não saem de cima de todas as jogadas, como Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, a que se vai juntar Jardim e onde não vão faltar outros Zandingas, como diria Durão....


3
Até as principais notícias da informação portuguesa são as de transferências de jogadores nos grandes órgãos de informação, naquilo a que se costuma chamar é poca do defeso, onde pouco interessam as cores da camisola, desde que saibam cativar desempregados políticos, à boa maneira dos velhos diários oficiosos dos antigos regimes e dos seus protectorados das forças vivas.


4
Entretanto os juros da dívida estabilizam o seu curso ascendente no normal anormal que todos os nossos truques e falsos consensos nacionais já não conseguem colmatar nem com o lastro dos sacrifícios.


5
Entre profetas da desgraça, os que pensam que isto é 1926 ou 1910, e o nacional-porreirismo, assim se vai degradando o situacionismo. Apesar de estarmos à beira do abismo, não conseguimos as tradicionais mobilizações que nos deram as legitimidades pós-revolucionárias de um rotativismo mais ou menos devorista que nos dava facturações....


6
Há um longo interregno de decadência, onde os excessos de acomodação da cobardia geram o voluntarismo do principado governativo, apesar de alguns ainda invocarem um presidente que não quer nem pode sidonizar o regime...


7
Foi mais uma vez Sócrates contra a Eloísa dos Verdes, tal como antes, a Passos Coelho, respondeu o ministro da presidência. Coitado, o Pedro foi excluído das listas pela antiga líder e actual deputada, e, involuntariamente, contribui para colocar a sede do poder fora do parlamento.


8
O PS, em excesso de principado unificacionista, embora menos esclarecido, tem de gramar a escolha que os marechais do rotativismo fizeram numa jantarada na Curia, pensando que o Zé apenas seria um líder de transição para a travessia do deserto. Enganaram-se, não sabiam que ele operaria uma espécie de cavaquização eucaliptal da instituição outrora pluralista.


9
O PSD, apesar de caminhar na via cavaquista, tem o barco pesado demais, com tanto marechal sem adequado senado, não podendo jogar flexivelmente com os velhos recursos autárquicos e regionalistas, nem consegue federar os muitos "clusters" de descontentamento existentes na dita sociedade civil...


10
Para o PSD, de pouco valerá a reedição de estados gerais, ao ritmo das comissões de honra, ad hoc, das candidaturas presidenciais. Porque ainda não encontrou suficientes dissidentes da esquerda, principalmente do PS, que queiram fazer o papel dos reformadores, como no tempo da AD de Sá Carneiro.


11
O velho e novo patronato não aposta no liberalismo a retalho, em época de potencial descida do FMI ou de outro fundo europeu. Faltam "opinion makers" com o ritmo de Miguel Relvas. Não há uma vaga de fundo de apoio à alternativa na opinião independente. E nem sequer é suficientemente democrata-cristão para convencer o altar. Muito menos os corporativismos à solta. Um choque de coragem, precisa-se!


12
Os grandes partidos continuam simples máquinas de conquista e manutenção do poder. Não sabem, ou não conseguem, exercer as funções de mobilização política e de comunicação política. E estão sitiados pelo indiferentismo e pelos processos de compra do poder, ou corrupção. Confundem a mobilização com as campanhas eleitorais e a comunicação com a propaganda.


13
A presente decadência, já patente, pode levar a uma crise de regime. Isto é, a uma má relação da sociedade com um determinado sistema de valores e que lhe dava legitimidade. Por outras palavras, mesmo sem magnicídios, podemos caminhar para um republiquicídio.


14
Podem não suceder dramatismos de opereta, das bancarrotas aos golpes de Estado, incluindo os provocados por uma explosão social, sendo bem mais previsível a tradicional antecipação das derrotas, onde os detentores do poder máximo invoquem o tabu nunca desfeito, o pântano nunca esclarecido, ou uma ascensão ao Olimpo supra-estadual, para não terem que aturar os bárbaros.


15
O nosso deserto continua a ser a sociedade civil e a opinião livre. Até a revolução de 1974 foi hierárquica, com majores arvorados em generais para que a pirâmide estadual continuasse, em movimento de revolução "vinda de cima para baixo". Até o processo revolucionário que esteve em curso foi uma espécie de subversão a partir do aparelho de poder, como o descreveu Sottomayor Cardia...

publicado por José Adelino Maltez às 11:34

10
Fev 11

Perante a ameaça de incêndio da dívida soberana, face a sucessivas queimadas a que nos dedicamos, os bombeiros do Banco Central Europeu tiveram rápida intervenção. As brasas da crise continuam vivas, debaixo das cinzas da propaganda em que transformámos a governança global desta república. Daí que importe discutir a redução do número de deputados...Ah! Ah!

publicado por José Adelino Maltez às 16:04

Quando a pressão tem raiz, a ministra cede. O mal não está no consentimento às manifestações de rua que sejam justas. Está precisamente na falta de governo, isto é, no vazio de pilotagem de futuro, com muitas estratégias de caixeiro viajante e sucessivas manobras de delegado de propaganda médica. Pedimos desculpa por esta interrupção, a penhora segue-se dentro de momentos.

publicado por José Adelino Maltez às 16:03

Acordo. Sem vontade de escrever mais frases que finjam salvar o sistema político, para que quem manda nos continue a manter a canga. Prefiro ir visitar um velho mestre na Rua do Abarracamento de Peniche e saudar, com ele, o império do poder dos sem poder, o do Espírito Santo, onde os coroados são as crianças.

 

Depois, vou calcorrear a Rua dos Douradores e dar um abraço a um certo empregado de escritório que, de vez em quando, me traz os papéis que guarda na arca. Foi com ele que me iniciei e visitei o fundo do tempo, com o Tejo a levar-me ao templo, em circum-navegação.

 

Finalmente, sigo a rota que me deu o João Camossa em seu peripatético a que chamavam radical e anarco-comunalista, no partido dos velhos crentes, com o rei e os sovietes, para que chegasse o império do poder dos sem poder, onde coroávamos as crianças, nisso a quem chamamos Portugal.

 

Por outras palavras, se estes termos são esotéricos para as nossas elites, isso significa que elas não querem aperfeiçoar-se no "abc" da estratégia nacional que sempre nos permitiu a vontade de sermos independentes...

 

publicado por José Adelino Maltez às 16:01

Em 22 de Setembro de 2006, numa entrevista a Pedro Correia, do DN, dei a minha opinião sobre a redução do número de deputados: "a questão não é matemática, mas política". Muito menos deputados, mas com a criação de um Senado e de parlamentos regionais. "Reduzir o número de deputados é reforçar o poder da AR", com "abandono da tradição da delegação de competências parlamentares no Governo".

publicado por José Adelino Maltez às 15:59

Acordo. Sem vontade de escrever mais frases que finjam salvar o sistema político, para que quem manda nos continue a manter a canga. Prefiro ir visitar um velho mestre na Rua do Abarracamento de Peniche e saudar, com ele, o império do poder dos sem poder, o do Espírito Santo, onde os coroados são as crianças.

 

Depois, vou calcorrear a Rua dos Douradores e dar um abraço a um certo empregado de escritório que, de vez em quando, me traz os papéis que guarda na arca. Foi com ele que me iniciei e visitei o fundo do tempo, com o Tejo a levar-me ao templo, em circum-navegação.
Finalmente, sigo a rota que me deu o João Camossa em seu peripatético a que chamavam radical e anarco-comunalista, no partido dos velhos crentes, com o rei e os sovietes, para que chegasse o império do poder dos sem poder, onde coroávamos as crianças, nisso a quem chamamos Portugal.
publicado por José Adelino Maltez às 11:40

Quando a pressão tem raiz, a ministra cede. O mal não está no consentimento às manifestações de rua que sejam justas. Está precisamente na falta de governo, isto é, no vazio de pilotagem de futuro, com muitas estratégias de caixeiro viajante e sucessivas manobras de delegado de propaganda médica. Pedimos desculpa por esta interrupção, a penhora segue-se dentro de momentos.

 

Por outras palavras, se estes termos são esotéricos para as nossas elites, isso significa que elas não querem aperfeiçoar-se no "abc" da estratégia nacional que sempre nos permitiu a vontade de sermos independentes...

publicado por José Adelino Maltez às 11:40

09
Fev 11

O sistema político não precisa apenas de reformas, mas de um "new deal" contra as vacas sagradas da constitucionalite. Em síntese, em vez de mais um penso rápido: apenas cinquenta deputados; uma segunda câmara; e vários parlamentos regionais (desde que, tudo somado, se gastasse menos).

publicado por José Adelino Maltez às 16:01

Sempre defendi, publicamente, e até em intervenções numa comissão parlamentar, como convidado, uma redução drástica para cinquenta parlamentares, cada qual com um gabinete equivalente ao de um ministro. Mas, desde que se gastasse mais, com a criação de parlamentos regionais, para eliminarmos tantas segundas e terceiras filas em São Bento." (Agosto de 2008, entrevista a Ana Clara)

 

 

Em 22 de Setembro de 2006, numa entrevista a Pedro Correia, do DN, dei a minha opinião sobre a redução do número de deputados: "a questão não é matemática, mas política". Muito menos deputados, mas com a criação de um Senado e de parlamentos regionais. "Reduzir o número de deputados é reforçar o poder da AR", com "abandono da tradição da delegação de competências parlamentares no Governo".

publicado por José Adelino Maltez às 16:00

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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