Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

22
Mar 11
22 de Março de 2011
Ouvi Portas. Foi notável. Como homem de facção à conquista de poder. Depois ouvi Ângelo Correia e Vítor Ramalho. Ambos foram bem mais alto e bem mais fundo. Temo que ninguém os queira ouvir. Eu compreendi e subscrevo a mensagem que emitiram. Acabemos o interregno, sim! Mas além do facciosismo da luta de galos. Só há democracia se potenciarmos lugares comuns.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Casa da democracia às escuras. Mas PSD foi ao edifício anexo dar clarificação à crise. Optou pelo conceito de "chumbo do PEC". No Rato, a reunião continua, sem apagão. Tem gerador próprio. Portas foi para a SIC. Vai falar daqui a bocado. A telenovela está a entrar na recta final. Ainda tem vários viadutos para furar e há muitos sacos de pedras disponíveis.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
'Avante para onde os prodígios dos deuses e a iniquidade dos nossos inimigos nos chamam. O dado está lançado' ('Eatur', inquit, 'quo deorum ostenta et inimicorum iniquitas uocat. Iacta alea est' inquit). Segunda declaração de César, a definitiva, antes de declarar guerra à pátria. Segundo Suetónio, evidentemente.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
'Até agora, ainda podemos voltar para trás, porque, se atravessarmos esta pequena ponte, tudo terá de ser resolvido pelas armas... ('etiam nunc', inquit, 'regredi possumus; quod si ponticulum transierimus, omnia armis agenda erunt'). Primeira declaração de César antes do Rubicão.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
PSD já vai apresentar projecto de resolução contra o PEC...
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Não me importava nada que Cavaco convocasse urgentemente para Belém um Conselho de Concertação Política. Com todos os partidos representados parlamentarmente. Era melhor reunir em Lisboa do que em Bruxelas. Mesmo que estivessem todos de acordo no desacordo. Olhos nos olhos. Sem monólogos.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Foi bom haver acordo na concertação social. Não era mau haver acordo na concertação política. O quanto pior melhor não melhora.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Todos os marechais do PS são chamados ao Rato. Para logo à noite. Não haverá revolta dos ditos. Está tudo concertado.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Sampaio fala em hecatombe. Soares, em catástrofe. Eanes acha que há demasiado ruído e radicalismo. Mas Medina Carreira é que era plano inclinado. Está tudo resolvido: já há acordo na concertação social.
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22 de Março de 2011
O canto do cisne: a lavoura dá acordo ao desacordo sobre a competitividade e o emprego.
Sócrates vai deslocar-se à reunião de concertação social - Economia - PUBLICO.PT
economia.publico.pt
Isto apesar de várias reticências que têm sido colocadas pela Conferedação dos Agricultores de Portugal (CAP), que acabou por dar "luz verde" ao texto final do acordo.Notícia actualizada às 15h20
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22 de Março de 2011
Primeiras consequências da presente crise: nem Madaíl é eleito para a UEFA.
Gilberto Madail falha reeleição para o comité executivo da UEFA - JN
www.jn.pt
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, falhou a reeleição para o comité executivo da UEFA, durante o congresso ordinário de Paris.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
O constitucionalismo silogístico vai ter de ceder a emendas que podem ser piores do que o soneto: o velho decisionismo daquele conceito segundo o qual soberano é aquele decide em estado de excepção. Prefiro a velha ideia de prudência.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
O cúmulo do pântano seria que todos os partidos apresentassem o seu próprio projecto de resolução contra o PEC e que todos eles, um a um, não fossem aprovados, para que a não apresentação de um projecto pelo PS acabasse por certificar a nossa insanidade.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Noto que já não há Bush, Aznar ou Blair. Da foto nos Açores, só resta Barroso, sem ser em Lisboa. No governo de Londres, estão os liberais, antigos anti-intervencionistas no Iraque. Em Madrid, Zapatero. A França levantou o dedo. E Washington é Obama... Até Mário Soares aprovou, hoje.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Zapatero pede autorização ao parlamento de Madrid para a participação de forças espanholas na coligação internacional contra o tirano de Tripoli.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
A alta ciência da política, que não a dos meros politólogos, isto é, a velha arte de governar não é mera ciência auxiliar da PECuária, até porque os capatazes e feitores podem ser desautorizados por aqueles que erigiram como patrões. O Estado somos nós e tudo falha porque há muito abdicámos da cidadania, da nacional e da europeia...
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
Morreu Artur Agostinho. 90 anos. Basta recordar o que sobre ele escreveu Sebastião da Gama, no "Diário". Uma voz que nos ligou em pátria.
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22 de Março de 2011
Eurolândia tira o tapete ao último argumento de Sócrates. Soares já pede intervencionismo de Cavaco para "impedir a catástrofe". E nós a pensarmos que todas as mobilizações cívicas visavam a reeleição de Sócrates como líder do PS, nas suas directas....
Países da zona euro excluem alterações ao PEC apresentado pelo Governo - Economia - PUBLICO.PT
economia.publico.pt
"Aprovámos o programa de ajustamento tal como nos foi proposto pelo governo português [e] que foi avalizado tanto pela Comissão Europeia como pelo Banco Central Europeu", afirmou Jean-Claude Juncker, ministro das finanças do Luxemburgo e presidente do eurogrupo no final de uma reunião dos seus pares
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
O tradicional banqueiro do regime e dos regimes já tirou o tapete ao presente líder da transição. Outros bancários comando o coro das viúvas ex-ministeriais e dão os seus palpites quando o jogo continua já em período de descontos. Há muitos cadáveres adiados que procriam música celestial.
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Francisco José Carvalho Domingues
22 de Março de 2011
Festa dos Finalistas do 7º ano dos Liceus D. João III e Infanta D. Maria, em Coimbra - Junho de 1969 — com José Adelino Maltez e 7 outras pessoas.

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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"O que a todos diz respeito, por todos deve ser decidido" (quod omnes tangit ab omnibus decidere debet). Princípio básico da Constituição de 1385, segundo o discurso de João das Regras, nas Cortes de Coimbra, a primeira lei fundamental da nossa democracia, antes mesmo de haver democracia.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"Não será rei, mas tirano, quem governa contra a vontade de todos; pois o rei
rege homens livres e não escravos" (D. Jerónimo Osório)
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"Regnum non est propter rex, sed rex propter regnum" (Ptolomeu de Luca). Pode substituir-se "regnum" por "república" e "rex" por um qualquer "chefe de partido", desde que não se confunda o detentor de poder, o funcionário, com o poder ou a função.
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"Os nossos principais ministros abalaram e demoliram todas as antigas máximas de Estado, para elevar ao máximo a Vossa Autoridade, a qual se converteu na deles, em cujas mãos estava. Eles quiseram erguer-vos sobre as ruínas de todas as condições do Estado, como se fosse possível ser grande arruinando todos os Vossos súbditos, sobre os quais se fundamenta a Vossa grandeza" (Fénelon).
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"Nada há que mais possa causar uma queda fatal do que uma autoridade sem limites; esta é semelhante a um arco demasiado tenso que se rompe imediatamente quando se afrouxa: mas quem ousará afrouxá-lo?" (Fénelon)
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José Adelino Maltez
22 de Março de 2011
"Em Atenas tudo dependia do povo e o povo dependia da palavra" (Fénelon)
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publicado por José Adelino Maltez às 21:45

21
Mar 11
21 de Março de 2011
"Actual crise política é também crise moral" (Passos Coelho). Concordo. Mas em lugar de "também", eu colocaria "sobretudo".
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21 de Março de 2011
Mais uma desastrada e desastrosa. Quando o silêncio devia ser tesouro. Para que não continuassem tácticas sem adequada estratégia.
Teixeira dos Santos: crise política é “empurrão para cair nos braços da ajuda externa” - Economia -.
economia.publico.pt
“Neste momento, a crise política é de facto um grande empurrão para que o país caia nos braços da ajuda externa”, afirmou Teixeira dos Santos, à entrada de uma reunião dos seus pares europeus de preparação da cimeira de líderes de quinta e sexta-feira, em Bruxelas.O ministro considerou por outro lad
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21 de Março de 2011
Uma carta para pensarmos Europa. De alguém que nasceu alsaciano-loreno e continua à espera da Europa
Laurent Dispot, J’ai honte pour l’Allemagne - La Règle du Jeu
laregledujeu.org
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José Adelino Maltez
21 de Março de 2011
6. Se forem marcadas eleições, elas só devem recorrer num quadro de acordo pós-eleitoral que agora for firmado pelos principais partidos, para que os mercados e a Europa confiem na poliarquia que somos. 7. O curto-circuito da solidão no poder, de um só lider, de um só órgão de soberania, ou de um só partido chegou ao fim.
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21 de Março de 2011
Um novo Governo "de maioria alargada" aumentaria a legitimidade política para impor um programa duro. Diz PSD, em comunicado emitido originariamente em inglês, para os primários, isto é, os mercados e as multinacionais partidárias. A tradução apenas é quase em calão, para os secundários, isto é, o mercado político doméstico, cá da Ilusitânia.
http://economico.sapo.pt/public/uploads/PSD_position_on_policy_guidelinesv3.pdf
economico.sapo.pt
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José Adelino Maltez
21 de Março de 2011
As opiniões que aqui emito destinam-se ao espaço público dos homens livres. Não precisam de pagamento prévio. São emitidas por um professor de uma universidade pública, no exercício da respectiva cidadania pública. Ponto. Para quem quiser enfiar a carapuça.
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José Adelino Maltez
21 de Março de 2011
Em "um Governo não procede em termos leais com o país nem com as instituições e depois confronta o país com o precipício de uma crise se aquilo que ele próprio apresentou não for aprovado”, há um ministro que confirma: ""Estamos há demasiado tempo a jogar aos dados com o destino da economia portuguesa e dos portugueses". Citações de Passos e de Amado, hoje.
publicado por José Adelino Maltez às 21:42

09
Mar 11

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=472199

publicado por José Adelino Maltez às 22:11

07
Mar 11

O terceiro presidente civil da história portuguesa, directamente eleito por sufrágio universal, vai tomar posse no primeiro dia de uma quaresma laica, sem que se vislumbrem sinais de libertação do cativeiro, com a consequente regeneração. Aliás, as boas intenções do teatro de Estado não permitem qualquer lume da profecia, à maneira de um “discurso do rei” que mobilize simbolicamente as energias da nossa comunidade de significações partilhadas. E não basta nova aula de análise da conjuntura económica, face à volatibilidade dos mercados e da geopolítica, dado que avariou o velho GPS do desenvolvimentismo securitário e parece faltar sabedoria para a velha arte de marear, pouco dada a soberanias condicionadas pela geofinança. Continuamos apenas à bolina, sempre à vista de costa. E o nosso modelo de presidência é uma quase inexistência no jogo da hierarquia das potências, na pouco oleada balança da Europa. Perante a inelasticidade de uma aritmética parlamentar, entre a partidocracia e o presidencialismo de primeiro-ministro, ao presidente só resta  uma reserva de afinamento estratégico, com uma adequada oferta de nova geometria social, através de uma grande coligação de forças morais (igrejas, maçonarias, universidades e homens de cultura) e forças sociais (sindicatos e associações empresariais). Esperemos que escolha o pão ázimo da criatividade típica dos indisciplinadores colectivos e da respectiva engenharia de sonhos. Foi a fé que abriu brechas no mar vermelho e nos deu a terra prometida.

publicado por José Adelino Maltez às 17:13

02
Mar 11

As manifestações do próximo dia 12 já são sistémicas. Carvalho da Silva diz que alguns querem convocar a juventude para a desarmar (TSF). O homem da Madeira diz que apoia porque ela é contra o regime (JN). Se calhar, não estão a falar da mesma coisa.

publicado por José Adelino Maltez às 19:39

Depois da UE, do euro ou de Schengen, a diferença entre o que é interno, do bom e velho Estado, e daquilo que é externo, não se compadece com a realidade de uma longa raia de uma cooperativa de soberania que só o bizantinismo dos manuais permite que dissertemos sobre o sexo dos anjos...

 

O bom e velho Estado passou a ter que viver com entidades supra-estaduais que, mesmo que não se designem como Estados, actuam em governação sincrónica sobre os mesmos territórios e populações em procura do bem-estar, da justiça e da segurança, com a consequente dispersão de expectativas e lealdades...

 

Por outras palavras, os portugueses e a terra portuguesa já vivem, há muito, sob a actuação de mais do que um governo e sofrendo mais do que um Estado. Até elegemos um parlamento supranacional, para além das velhas referências do mercado comum, da liberdade de circulação de pessoas, mercadorias e capitais.

 

Não importa agora dizer se é bom ou mau este processo de integração, apenas recordo que ele é tão efectivo que não se compadece com manobras de propaganda como aquela que enredou a Ditadura, antes da chegada de Salazar ao poder, com a diabolização do Grande Empréstimo da Sociedade das Nações. Infelizmente, a propaganda continua barata.

publicado por José Adelino Maltez às 19:36

O drama está agora na infuncionalidade europeia. Quando a potência hegemónica tem poder na geofinança e na geoeconomia, mas continua com os pés de barro em termos de potência militar. A volatilidade dos vizinhos do Sul mostra que a Europa precisa tanto da moeda única como dos britânicos, da NATO e do guarda-chuva habitual do amigo americano.

 

O vizinho russo ainda não dá para saltar ao eixo e o jogo é complexo: tanto passa pelos barcos que os turcos autorizaram a navegar para a Palestina, como pelos emigrantes turcos na Alemanha e a adesão de Ankara a União Europeia. E Portugal já nem finge ameaçar, explicando como Otelo poderia ter sido o Kadafi cá do Ocidente. Por isso, prefiro acompanhar a reacção que vai ter o Estado de Israel.

publicado por José Adelino Maltez às 19:34

Só houve implosão do antigo regime com as vacas magras da crise petrolífera. Mas os controleiros do costume voltaram e lá continuam a instrumentalizar a partidocracia do bloco central e a navegar na eurolândia. São os únicos com embaixada permanente na geofinança.

publicado por José Adelino Maltez às 19:34

O modelo europeu foi, de forma sublime, definido por Jacques Delors: "dois terços de classe média" (aqui diz-se remediadinhos) e "um terço de excluídos sociais" (agora, identificam-se com os de menos 35 anos). O salazarismo baseou-se exactamente na mesma forma de controlo social. Explodiu socialmente nos anos sessenta, mas ainda aguentou década e meia, graças à guerra e à emigração.

publicado por José Adelino Maltez às 19:24

As chamadas elites continuam a encanar a perna à rã. E as massas não protestam nem se revoltam. Todos acreditam que, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas. E os situacionistas até já comentam a revolução marcada para 12 de Março, um pouco à imagem e semelhança de José Eduardo dos Santos, mas sem força sequer para mobilizarem uma contramanifestação. Estamos enjoadamente adiados. Como sempre.

publicado por José Adelino Maltez às 19:23

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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