Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

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Mai 11

Portas contra Passos foi mais animado que Jerónimo contra Louçã. Apesar do domínio de bola da retórica de Paulo, na primeira parte, o excesso de demagogia acabou nos últimos minutos por voltar o feitiço contra o feiticeiro, propondo reformas que só com o acordo do PS podem ser levadas a cabo.

 

Portas usou de tricas e de truques, não fez o jogo da convergência, repetindo subliminarmente os argumentos da centra de propaganda do PS contra Passos que é tipo de muita paciência... mesmo vendo no adversário à direita, jogadas de extrema-esquerda e do centro. De direita, só mesmo o aumento do número de polícias!

 

Nenhum falou em pobreza, corrupção, cidadania ou democracia. São coisas de somenos para os candidatos à ministerialidade.

 

Portas conseguiu colocar Passos numa situação onde até pareceu que foi este a governar o país nos últimos seis anos! Até o reduziu a muleta de Sócrates...

 

Portas também foi ultraliberal quando apresentou um programa pluri-anual de rescisões por mútuo acordo na função pública, mas "com indemnizações atractivas". Acabou de inventar o neoliberalismo da atracção!

 

Portas é a imaginação sem memória... Ainda me lembro da última proposta que ele fez no debate da reforma eleitoral promovido pelo ministro António Costa: aplicação do sistema eleitoral francês a duas voltas...por acaso foi à minha frente e numa universidade onde ele era director do respectivo centro de sondagens

 

Passos continua empaturrado em TSU. Felizmente, na política, não existe apenas aquilo que pode medir-se

 

Há uma única ideia de Portas que subscrevo. Não extingam municípios nem freguesias, extingam apenas juntas e órgãos municipais...

 

Por outras palavras, Portas quase se colocou numa posição de não poder ser parceiro de governo do PSD, a não ser que este tenha muita prudência e paciência, para não dizer coisa de que se arrependa...

 

Catroga diz que foi de férias, que pena! Os meus colegas do comentário, na sua maioria, e os jornalistas políticos, quase todos, são consensuais quanto à genialidade de Portas. Prefiro continuar a estar em minoria, nesta ronda elogiosa para a direita que convém à esquerda e que continua a ser um dos pilares essenciais do situacionismo.

 

Ambos são dois parceiros da mesma multinacional partidária da Europa e dois dos três subscritores do sistema de resgate do protectorado dos credores, mas ambos tentaram fingir um "mix" feito de metáforas onde entram coxos e muletas.

 

Ou de como, mesmo com Catroga já em férias, se fingiu um "mix" em dois tempos, com sobremesa de Portas adiantada em claras de demagogia, mas com Passos a levar a melhor na digestão da verdade

 

 

publicado por José Adelino Maltez às 22:59

Santana Castilho, ao alertar ontem para os programáticos que costumam assaltar o PS e o PSD, entre a reencarnação de Maria de Lurdes Rodrigues e uma Isabel Alçada de saias, confirmou a parte mais incompetente dos programas actuais das duas principais forças do Bloco Central na parte educativa, baseados na tecnocratice do educacionês, herdeiras de Veiga Simão e Roberto Carneiro.

 

Catroga, como avô de si mesmo, foi fiel, no programa do PSD, ao maior erro do cavaquismo, cedendo aos avaliólogos e educacionólogos e as que se visionam como ministros, só porque os escrevinhadores das alíneas sobre educação e universidade adoram o novo deus da economia como rainha das ciências sociais. Ao ceder ao conservadorismo do que está, demonstrou a total incapacidade de reforma.

 

A educação e as universidades, marcadas por dezenas de anos de incompetências ministeriais cimeiras e pelos jogos corporativos que às mesmas e entre si se estiolam, nunca serão capazes de sair da encruzilhada com as alíneas das forlhas de "Excel" subscritas por Catroga ou pelos restos programáticos do PS. A não ser para gáudio dos ministeriáveis, reitores, educacionólogos e avaliólogos que se querem vingar.

 

A seita dos irmãos-inimigos do educacionês, os donos daquele discurso hermético dos seminários e consultadorias onde se beijocam pss, psds e cdss do mais do mesmo, ainda não compreendem que gastamos demais para aquilo que devíamos fazer, onde deveríamos fazer muito mais, com professores que professam e escolas livres dos tecnocratas e das sucessivas ditaduras da incompetência dos controladores que nunca fizeram.

 

A catrogueirice educativa enxameou-nos as escolas e as universidades de bloqueios centrais e cartéis de votos e carreirirsmos, onde os dissidentes são escorraçados e processados, porque eles querem ter o estúpido monopólio do desastre, manuseando a mesa do orçamento. Todos gaguejam! Incluindo os que se dizem antigagos, só para o poderem substituir ou dele se vingar!

 

Já não comento mais catroguices e desmentidos de ajudantes de catroga sobre as respectivas prestações. São directamente proporcionais à ultrapassagem do prazo de validade dos remédios socráticos e cavaqueiros. Quando o PS devia ser pós-socrático e o PSD, pós-cavaquista. Entre a banha da cobra e as folhas "Excel" do planeamentismo antiplaneamentista, venha o diabo e escolha!

 

publicado por José Adelino Maltez às 18:52

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
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Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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