Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

04
Mai 11

Quem efectivamente manda em Portugal não é o PS, o PSD ou o CDS. Foram os sistemas de decisão simbolizados por Vítor Constâncio, Durão Barroso e Aníbal Cavaco Silva, bem como as forças vivas que se federaram de forma satélite em torno desses pólos, com a posterior literatura de justificação, sobretudo dos terinadores de bancada, depois do apito final da troika. O resto é campanha para papalvo.

publicado por José Adelino Maltez às 18:06

03
Mai 11

Só um português minoritário. Não acredito em Sócrates e não subscrevo Catroga. Nem com Blackberry.

publicado por José Adelino Maltez às 18:03

O Primeiro ministro anuncia às 20h30 em comunicação ao país o acordo a que Portugal chegou com a delegação da Troika (FMI, BCE e UE) para concessão de um apoio ao país. Amanhã delegação da Troika comunicará pormenores do acordo.

 

Os comentadores do jogo Barcelona-Real anunciam: "a não perder, ao intervalo, a comunicação do Senhor Primeiro Ministro sobre a ajuda". Entretanto, o árbitro não marca grande penalidade. O treinador recebeu cartão vermelho e não pode orientar a equipa. A de futebol. Aqui só o Teixeira dos bancos...

 

Teixeira dos Santos foi autorizado pelo arbitroika a assistir à conferência de imprensa que anuncia a nossa eliminação da eliminatória. Ainda pensavam que isto era só bolas. Usem a relva!

 

"O governo conseguiu um bom acordo..."

 

"O meu primeiro dever é tranquilizar os portugueses"

 

"Não vai haver revisão constitucional"

 

"Não vai haver privatização da Caixa"

 

Por outras palavras, "não posso entrar em muitos detalhes" (ele apenas quer dizer que a troika subscreveu o programa de governo do PS, mas fingiu que o não disse)

 

Só falta dizer que o FMI, o BCE e a UE vão votar no PS, mesmo sem Teixeira dos Santos a candidato.

 

"Nenhuma nação vence sem confiança em si própria".

 

"Nós vamos vencer esta crise". Pum!

 

publicado por José Adelino Maltez às 17:36

02
Mai 11

Quem assistiu pela televisão, em directo, ao concentrado de Portas no sábado, repara como ele é mestre em demagogia, dizendo agora o mesmo em coloquial de entrevista, sem responder a nenhuma das questões que lhe apresentam, um pouco à maneira de Sócrates. Pura propaganda, mas bem engravatada. O PSD deixa esse esquema para Miguel Relvas.

publicado por José Adelino Maltez às 17:32

Ontem foi beatificado João Paulo II, um dos melhores do meu tempo. Hoje foi morto em acto de guerra, à velha maneira da vindicta, Bin Laden. Gostei mais de ontem. Pelo menos, houve um pedacinho de além e conjugámos paz com coragem.

 

O sistema norte-americano de justiça ainda é marcado pelos modelos da vindicta privada, especialmente quando o processo da guerra não é controlado pelo direito da guerra. O critério do sucesso é o grande soberano, embora venham à memória outros assassinatos políticos ordenados pelo Estado. Dos falhados (Fidel de Castro) aos concretizados (Trotski). A Rambo, prefiro a paz pelo direito...

 

Um kantiano, como eu, rejeita todos os processos de Razão de Estado, dos vitoriosos, que todos aplaudem, aos derrotados, que logo teriam adequadas críticas dos treinadores de bancada, incluindo os nossos comentadores da luta contra o terrorismo. Devemos ser o país do mundo com maiores letrados "per capita" na matéria, num espaço inversamente proporcional ao nosso poderio.

 

publicado por José Adelino Maltez às 17:31

01
Mai 11

Tal como no dito pós-comunismo, dos países da Europa Central e do Leste, depois da queda do Muro, vêm aí os especialistas em tratamento de choque, os que aqui vão aplicar a bela ordem exógena. Não virão como invasores, à maneira de el-rei Junot, mas como amigos e protectores, como o Marechal Beresford. Está na hora de refundarmos o Sinédrio!

 

Ser liberal em Portugal começa pela fidelidade aos Mártires da Pátria. Pela adequada resistência organizativa e pelo posterior grito no 24 de Agosto de 1820, a libertação contra os protectores! Mesmo que eles depois se encostem à Santa Aliança!

 

Há pretensos liberais ditos decepados, coxos e de cabeça arrancada, pelo que põem os pés no sítio do coração ou do cérebro. Porque no princípio deve estar o fim e a experimentação. Ora, ninguém pode negar que foram, até agora, os países de mais continuidade e crença liberais que nos deram melhores Estados, mais autonomia das sociedades e mais liberdade às pessoas concretas, de carne, sangue e sonhos.

 

Contra as crenças bem práticas, sempre se insurgiram os cultores do sem lugar (utopistas), os tecnocratas e os negoceiros. Especialmente em coisas mentais como a nossa, cercadas de fantasmas de direita (sobretudo do socialismo de direita salazarento, defensor de uma economia privada que seja economia de mercado) e preconceitos de esquerda (o Estado Social foi nome inventado por Marcello Caetano).

 

Devemos é voltar ao velho conceito de serviço público de marca liberal, à Mouzinho da Silveira. Aventura de carácter ideológico foi pôr "boys" para defenderem a ideologia como directores-gerais, sem carreira e sem educação de serviço públic...

 

O consenso situacionista é juntar a direita dos interesses à dita esquerda moderna. E eu, que não sou de esquerda, que sou liberal, até me sinto bem à esquerda dessa hipócrita esquerda. Basta ser liberal à europeia, à americana, ou à oitocentista, que é como mais sou.

 

Até a nossa direita mais à direita, faz parte do socialismo de direita, como dela diria Hayek. Eu chamo-lhe mais salazarenta, de acordo com as linhas gerais do catecismo da OPAN, que bem me tentaram enfiar no sexto e no sétimo ano de liceu, no manual do Martins Afonso, que era livro único...

 

Marcello Caetano, o efectivo criador do Estado Social, se estivesse vivo e ouvisse os discursos do 1º de Maio da CGTP, diria: como eles me repetem! Qualquer ministro das corporações diria: dizem o mesmo, pena não festejarem o São José Operário! Veiga Simão, Silva Pinto e Basílio Horta, os que andaram pelo Congresso de Tomar, devriam ensinar tal coisa aos discípulos do PS.

 

publicado por José Adelino Maltez às 17:26

Ontem o "Mais Sociedade", procurando mobilizar os pensadores da economia, da política, da história e da literatura, que são do agrado do situacionismo das nossas forças vivas, mostrou-se disponível para um reformismo que mova o presente movediço. Temeram ser e parecer liberais, chamando-lhe pré-vitorianos, e mantiveram-se no mais do mesmo, do consenso social-democrata.

 

O militante número um do PSD, Balsemão, na linha dos discursos do Pátio dos Bichos, confirma o "nihil obstat" desta sucessão de situacionismos em que se tornou o regime, contra a esquerda irresponsável que não quer negociar e os liberais assumidos que poderiam pôr em causa o equilíbrio pós-vitoriano, isto é, pós-salazarista.

 

Confirma-se que há um bloco central mental, entre a direita dos interesses e a esquerda que se vai dizendo moderna. Outrora invocavam Bernstein (como o fez Balsemão, Cavaco e Sócrates). Agora dizem que são pelo regresso de Keynes, conforme Obama. Desde que se respeitem os preceitos da doutrina social da Igreja. É a cartilha do pensamento único dos que dizem ser o caminho, nesta encruzilhada provocada pelos próprios.

 

O bloco central mental, este centrão mole e difuso, já chegou a invocar Marx, o do revisionismo social-democrata, tal como agora gosta de clamar que, do liberalismo, só o político e, eventualmente, o dos costumes. Eis a fronteira: eu sou mesmo liberal, o do político a mandar no liberalismo económico e no liberalismo social.

 

publicado por José Adelino Maltez às 17:22

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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