Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

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Jun 11

«Paulo Portas dizia há uns temos que os jornalistas são preguiçosos, tem de se lhe dar a papinha toda numa folha e de preferência no primeiro parágrafo. Os tempos de antena do CDS são sobretudo isso.» (JAM, TVI24)

 

PS: «É o veículo de passagem da mensagem central de um partido muito centrado em si» (JAM TVI24)

 

«O PSD é um partido federalista, muito assente nas autarquias e nas forças distritais. Para o PS, infelizmente, nem todo o país é Matosinhos: a força que tem nas autarquias depende muito de um ou outro nome forte" (JAM TVI24)

 

"O PSD passa uma mensagem alegre, de congregação à volta do líder. Apela à união dos focos distritais como base da vitória e passa uma mensagem de esperança na mudança.» (JAM TVI24)

publicado por José Adelino Maltez às 23:26

Quanto mais a campanha aquece, mais a alma do entusiasmo cívico arrefece, com os boatos em crescendo. A derrota já antecipada por muitos marechais do PS entra em derrapagem imaginativa. Até dizem que vai haver uma coligação dos "troikianos", com Sócrates a sai do Rato e a passar para presidente da Assembleia da República...

 

Já os marechais do PSD têm outra leitura de boatos bem mais delirante. Dizem que Marcelo não participou até agora na campanha, porque poderá ser o primeiro-ministro de surpresa do governo PSD, PS, CDS, sem direito a sobremesa.

 

Os velhos gerontocratas do regime lá vão enumerando os ministeriáveis. Depois de ouvir um deles, sugeri-lhe que transformassem os conselheiros de Estado em governantes e que fossem buscar um qualquer desses ministros de Salazar que ainda botam faladura como Frei Tomás da gargalhada..

 

Depois do "kit comício" do PS, com autocarro para a terceira idade e visita oceanário, PSD não consegue ocultar o churrasco, entre a posta mirandesa no Nordeste e o porco no espeto de Coimbra. O antigo bloco central sabe enfrentar a questão das subsistências e evita comentar o sistema de execução do programa da troika...

 

O PCP continua a preferir a feijoada, CDS é dominado pela prova dos vinhos e até o Bloco desce às feiras. A ditadura do folclore campanheiro, nestas visitas ao povo da província, não prescinde dos comestíveis deste sistema de romaria e comestíveis. Assim, ninguém quer falar em bancarrota. De pequenino, se torce, na campanha, o pepino infectado da governança...

 

 

 

 

publicado por José Adelino Maltez às 23:21

‎"Em Portugal, a esquerda e a direita são ambas sociais-democratas. Ou seja leram todos o mesmo livro!" (JAM, DE)

 

Literatura

Os livros que os candidatos a primeiro-ministro recomendam

Mafalda Avelar   
30/05/11 17:30

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O que têm em comum Freeman, Avelãs Nunes, Adam Smith, Max Weber ou Nicholson? São os autores eleitos pelos candidatos a PM.

Isto de escolher o livro que mais nos marcou tem muito que se lhe diga. Não é fácil. Especialmente se o livro for sobre economia, aquela ciência que tem tanta implicação nas urnas, que não se quer aleatória mas sim com rumo. De preferência certo. Mas não é fácil. E é especialmente difícil se for político em período eleitoral, num país com uma economia arruinada e onde, por um lado, as teorias neoliberais não têm dado provas de validade; mas por outro as teorias alternativas ainda não foram " lá muito bem estudadas". Para confundir mais a mente "não há ideologia em Portugal", diz José Adelino Maltez, politólogo, que refere que "num país onde, segundo as últimas sondagens, 70% dos portugueses se divide entre dois partidos, há uma grande unificação". E será que os líderes dos principais partidos leram Bernstein, o primeiro grande revisionista da teoria marxista e um dos principais teóricos da social-democracia? Pela mistura ideológica entre os dois partidos parece que sim. "Em Portugal, a esquerda e a direita são ambas sociais-democratas. Ou seja leram todos o mesmo livro!", exclama o politólogo. Mas será que leram mesmo?
O Económico foi tentar saber. Resultado: ninguém referiu Bernstein directamente e todas as respostas pecaram pela demora - dando, os nossos políticos, um claro sinal de que ainda não interiorizaram o conceito de tempo como um bem escasso. ("Shame on them". Pior: isto é mau para a economia moderna).
Neste desafio de escolha destaque para Paulo Portas, vencedor na categoria "resposta rápida", que não escolheu uma obra mas sim três. "Acredito que as tenha lido todas, refere Maltez, dizendo que "só estranhei que não tenha referido nenhum livro católico". Em segundo lugar, Jerónimo de Sousa escolhe uma obra de Avelãs Nunes, "um dos mestres sagrados do comunismo em Portugal". Passos Coelho ficou-se por uma obra de microeconomia, que é académica, básica mas que mostra o lado intuitivo do político. Louçã volta a surpreender com o brilhantismo da escolha. Freeman "é um grande autor", refere o economista Miguel Beleza, em linha com Álvaro Santos Pereira, que confessa "gosto bastante de Freeman".

José Sócrates: "Os Pressupostos do Socialismo e as Tarefas da Social-Democracia" de Eduard Bernstein
Começamos pelas más notícias. Apesar da insistência, que foi muita, e da longa espera por uma resposta que indicasse a escolha de um livro marcante para José Sócrates - Engenheiro de formação e líder do Partido Socialista - não obtivemos resposta em tempo útil. Sabemos que a escolha de um livro é difícil... Dito isto, vamos dar destaque à última grande obra referenciada por José Sócrates em público. De notar que esta referência é feita com base no pressuposto de que o PM demissionário não mudou de gostos e interesses nos últimos tempos. Falamos de "Os Pressupostos do Socialismo e as Tarefas da Social-Democracia" de Eduard Bernstein, o grande pai dos princípios teóricos da social-democracia. Este autor alemão, que foi também político, é o primeiro grande revisionista da teoria marxista. Curiosamente, este autor também já foi referenciado pelo nosso actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e por Francisco Pinto Balsemão, ambos do Partido Social Democrata. Facto que dá peso à ideia de José Adelino Maltez que refere que vivemos num país onde, verdadeiramente, não há ideologia. "A esquerda é social-democrata e a direita é social-democrata." Adelino Maltez, politólogo, adianta ainda a propósito da "moda Bernstein", que o político alemão "era uma autor politicamente correcto para ser referenciado". E Maltez defende que, não só, mas também por essa moda, é que a nossa democracia "é o resultado de uma democracia com partidos alemães num país latino", conclui. Com dúvidas sobre a literal "leitura desta obra por parte dos políticos", até porque há pouco tempo era difícil encontrar tradução portuguesa, Maltez não deixa de elogiar o livro que Sócrates já por mais que uma vez nomeou. O que não é para menos, dada a genialidade deste mestre, que merece aqui um ponto de honra.

Pass

publicado por José Adelino Maltez às 23:19

Comentador-mor do regime assume a militância, humildemente. E assim começa uma longa e feliz campanha para a futura presidência da república. Caso não seja interrompida por uma patriótica mobilização para o governo.

publicado por José Adelino Maltez às 13:10

Eu gosto do Augusto Santos Silva. Sem ironia. Basta observá-lo em três heterónimos notáveis. Ministro da defesa. Agente de propaganda do situacionismo. E sociólogo analista de sondagens. Em qualquer das tarefas, um brilhante activista. No malho hierárquico. No malhão do Ratton. Na malhação analítica. Precisamos dele, nem que seja na oposição.

publicado por José Adelino Maltez às 13:08

O PCP continua a preferir a feijoada, CDS é dominado pela prova dos vinhos e até o Bloco desce às feiras. A ditadura do folclore campanheiro, nestas visitas ao povo da província, não prescinde dos comestíveis deste sistema de romaria e comestíveis. Assim, ninguém quer falar em bancarrota. De pequenino, se torce, na campanha, o pepino infectado da governança...

publicado por José Adelino Maltez às 13:02

Bloco:«É um mainstream entre Deolinda e Homens da Luta». Reflecte «a esquerda caviar». A esquerda dos catedráticos e dos artistas. «Louçã é o único candidato a primeiro-ministro que ainda é catedrático» (JAM TVI24)

publicado por José Adelino Maltez às 11:08

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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