30 de Junho de 2011
Afinal, ainda há sondagens. E o país está feliz. Que bom!
PSD e CDS sobem, PS eclipsa se
aeiou.expresso.pt
Primeira sondagem após as eleições de 5 de junho mostra crescimento dos partidos do governo
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
"Reflexionou sisudamente, e fez escola. Seguiram-se-lhe discípulos convictíssimos, que ainda agora pugnam por todos os governos, e por amor da ordem que está no poder executivo" (Camilo Castelo Branco, no romance A Queda de um Anjo, de 1866, aplicável directamente a um deputado de hoje)
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Estou português do século XIX no rumo em que o farol da civilização alumiava com mais clara luz. Disse que escolhia o seu humilde posto nas fileiras dos governamentais, porque é figadal inimigo da desordem, e convencido estava de que a ordem só podia mantê-la o poder executivo, e não só mantê-la, senão defendê-la para consolidar as posições, obtidas contra os cobiçosos delas (é do ano de 1866).
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Ele que é santo homem lá das serras, o anjo do fragmento paradisíaco do Portugal velho caiu. Caiu o anjo, e ficou simplesmente o homem, homem como quase todos os outros, e com mais algumas vantagens que o comum dos homens. Os miguelistas chamaram-lhe liberal e acérrimo (excerto de um romance de Camilo que vou oferecer a um amigo deputado).
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Os estadistas do "read my lips" são directamente proporcionais aos defensores da privatização dos canais públicos de televisão. Um belo princípio liberalizador, desde que não se diminuam as minhas receitas. É por isso que sou cada vez mais liberal nos princípios, nos métodos e nos fins. Nunca gostei do liberalismo a retalho dos que mal estão no poder metem a ideologia na gaveta. São iguais aos socialistas.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Não percebo como está muita gente espantada com esta do imposto extraodinário. Como é que poderia ter sido prometido, se ele é mesmo extraordinário? E nestas coisas de Estado, o estadistas da ética da responsabilidade, coisa exactamente contrária à ética da convicção, sempre assumiram aquela velha máxima segundo a qual o normal é haver anormais, onde quem paga é sempre o mesmo.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O argumento do ministro Gaspar sobre a dispensa de corte a quem apenas aufere do salário mínimo, em nome da justiça, quase é um hino a uma medida que estatisticamente seria mais "justa": fazer com que dois terços dos pagadores de IRS passassem a auferir apenas do salário mínimo; e com que um terço dos pensionistas e reformados sofressem de idêntica restrição. Viva o "mix big brother"!
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Vem agora Telmo Correia. Sublinho as duas invocações espirituais com que rendilhou o texto: do maçon Winston Churchill e do maçon Edmund Burke. Noto que são britânicos.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Espreito os telegramas das agências. Reparo como o PS começa a reagir, depois das mensagens de Seguro e Assis. A retórica de Basílio já manifesta a mudança de sinal na torneira do principal partido da oposição. A oposição democrata-cristã vinda do PS parece ser mais eficaz que as anteriores deputadas do Humanismo e não sei que mais...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Volto, para fazer o jantar, religando a televisão. Hoje ainda tenho direito a bife. Sem ser de cavalo cansado. Reparo na retórica anticlímax do ministro das finanças que, apesar de o não parecer, é plena retórica. Anoto e vejo ainda como arrumou com doçura um ex-secretário de Estado de Sócrates. Sorriu. Vem agora Basílio Horta, bem mais calejado. Vamos ver a dialéctica.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Pronto. Já vi o que queria deste debate. As estreias e o novo estilo. Para mais do mesmo, já ouvi demais. Vou mudar de capítulo.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O senhor deputado Duarte Marques... estou tramado! Deste só posso dizer bem. Mas a coisa não lhe correu mal, antes pelo contrário. Boa, Duarte! Desculpem lá a falta de imparcialidade...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
E duas estreias de meus conhecidos: o Carlos Abreu Amorim a querer mudar o arquétipo, em estilo mais institucional, e o Adolfo Mesquita Nunes, outra estrela da blogosfera. O parlamento começa a ser espaço do velho combate de blogues. Louvo o crescimento.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Agora vem o João Galamba. Mostra um alívio enorme em deixar de ser apoiante de governos e é capaz de se elevar muito mais como estrela oposicionista, porque este motivo rima bem mais com a respectiva natureza. Qualidade inegável.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O António Filipe, se fosse meu candidato autárquico, era capaz de ter a minha simpatia. Mistura moderação vocabular com objectivos de tradicional ruptura comunista, revelando crescente maturidade.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O pretexto dos estaleiros navais de Viana não foi casca de banana. Mas a resposta foi dramática. Não serve para ninguém se congratular, porque demonstra como, nesse caso, estamos todos a falhar!
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Estilo Passos no debate tem um sinal positivo e já esperado: não encara a coisa como um combate onde os que estão por cima tem de ganhar, desdramatizando, de forma centrista um modelo que não pode ser de jogo nem de mero diálogo de surdos. Convém que, da próxima, distribua o jogo e que as bancadas da coligação mudem de registo pacóvio. O PS já o compreendeu, até com Ricardo Rodrigues.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Bancada do PSD continua a utilizar a retórica laudatória à Afonso Marchueta...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
PS congratula-se com o programa de governo em matéria de educação e ciência, reconhecendo o ritmo da continuidade.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Chega Louçã, diante do primo. Teoriza sobre o Estado-Glutão que previamente informou Bruxelas do que só agora revela em Lisboa, o pagamento de mais uma metade do BPN. Economista sofre!
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Lá vem Jerónimo! Deseja saúde para Pedro e os dele, mão não êxito no programa apresentado. Diz que não ouviu, do CDS e do PSD, durante a campanha, essa de cortarem metade no subsídio de Dezembro. Está a cumprir bem o seu dever!
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Não gosto do estilo Afonso Marchueta! Vou acabar outro trabalho e deixar a televisão em fundo ao longe. Prefiro outra música.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Vou ouvir a Maria De Belém Roseira. Fala em nome do GPpS, ainda um pedacinho avariado, mas invoca a história de futuro: venham os estudos em que fundamentam vossas propostas, que depois decidiremos! As picadas ainda são muito metafísicas...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Confirmado o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal. Ai do Pedro, se falhar mesmo a mudança. A medida da autenticidade do poder vai ser implacável. Não é um problema de fé na abstracção, mas de confiança pública de um povo em movimento.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Porque acabei de escrever uma carta introdutória para uma antologia portuguesa sobre o anarquismo, também logo aceitei conferenciar a 7 de Julho no 1º CISEGUR, Congresso Internacional de Segurança Pública e Privada, na Faculdade de Direito de Lisboa, dia 7 de Julho, no painel "Segurança Financeira e Crise Internacional". O Senhor Presidente da República vai solenemente encerrar o encontro.
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José Adelino Maltez partilhou uma ligação.
30 de Junho de 2011
A parangona desta notícia não pode corresponder à realidade. Tenho a íntima certeza. O meu anti-socratismo militante não me leva a cair em tal leviandade. Não acredito que possa ter havido qualquer vislumbre de tentação de atentado contra o Estado de Direito, porque então duvidaria da viabilidade da própria democracia. Neste tempo de homens lúcidos, prefiro continuar ingénuo.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Até houve um primeiro-ministro que um dia, em simples comunicação verbal ao país, disse que não iria cumprir a constituição na parte respeitante à regionalização e consequente substituição dos governadores civis, optando por esta herança de Rodrigo da Fonseca, Costa Cabral, Afonso Costa e Salazar. Chamava-se Aníbal, era do PSD e permitiu que o bicho, um quarto de hora antes de morrer sobrevivesse até hoje.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Tal como a União Nacional foi instaurada como partido único a partir de uma resolução do conselho de ministros, também o poder democrático nasceu de cima para baixo, com os partidos dos governos provisórios repartindo os seus governadores civis e estes repartindo entre os partidos as suas comissões administrativas municipais. Só com as eleições é que veio a autarquia democrática.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Infelizmente, não podemos dizer que havia poder autárquico antes do 25 de Abril. Em segundo lugar, eles continuaram a servir de extensão do poder central depois do 25 de Abril, servindo como correia de transmissão dos partidos que se instalaram nos governos provisórios e que, a partir de cima, distribuíram o novo poder partidário, repartindo os novos governadores civis...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Magnífico preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2011 sobre os governadores civis. Diz-se que ele "tendo tido um papel relevante no tempo da ditadura, enquanto tutela de um poder autárquico profundamente condicionado, os governadores civis foram sendo progressivamente esvaziados de atribuições ao longo do regime democrático instituído a partir de 25 de Abril de 1974".
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Adoro ver os grupos de pressão com o periscópio de fora. É o melhor dos sintomas da transparência. Em russo diz-se "glasnot". E que que nunca significou "prestroika". Porque a mudança implica risco. E às vezes até faz cair o muro dos impérios. Mas só quando o povo efectivamente manda.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Hoje, a minha filhota mais velha faz anos. Anda emigrada, longe da terra, lá pela serra, num dos planaltos da Europa. Mas como sou pai babado, não resisto e, daqui, emito os meus parabéns que também são para mim. Já ontem lhe telefonei, fora do tempo de Lisboa, quando por lá chegava a meia noite, assim se confirmando como o próprio tempo é relativo e só o amor é absoluto.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O pluralismo à BBC conquista-se, menos por vontade dos parlamentos e dos governos, e mais por exigência de opiniões públicas educadas que não gostam de comer gato por lebre. E eu gostava muito de uma RTP pública que fosse BBC.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
A discussão de privatização nada tem a ver com a velha luta contra o monopólio e, infelizmente, o canal que tem a legitimidade do título público e a legitimidade do respectivo exercício não conseguiu ser a BBC, isto é, em muitos casos, não se tornou num paradigma de pluralismo, não por culpa dos profissionais e respectiva criatividade, mas por tentação da nossa costela de inquisição e absolutismo...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Nenhum dos nossos privados televisivos ou radiofónicos deixa de utilizar um bem totalmente público que é o sinal, sujeito apenas a regime de concessão e necessariamente fiscalizado pelo controleiro público de tal viação e trânsito. Basta cumprir os contratos vigentes, exigir-lhes contrapartidas e ter força para a aplicação de sanções, inclusive encerramentos temporários...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Aquilo que ontem pode ter espantado muitos papalvos do pretenso processo de liberalização em curso, já há muito que era anunciado em parangonas dos semanários do regime. Porque quem parte e reparte, ou é burro ou não percebe da arte desta nossa política lusitana onde dominam os conservadores do que está, em música celestial para os adoradores das vacas sagradas.
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Como se confirma pelo alarido dos patrões da comunicação social sobre a eventual privatização da RTP, os nossos capitalistas jogam pelo seguro da ditadura do "statu quo". Querem uma economia privada, mas odeiam uma economia de mercado. E felizmente para a esquerda, tem essa de alguém ser liberal e mandar...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Além disso, habituados a décadas de convívio laxista com a polícia económica, já sabiam como era possível furar o esquema num modelo onde as excepções demonstráveis pelo são convívio com o controlador permitiam que o Estado os ajudasse a furar a lei da oferta e da procura...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
O modelo vinha da I República, do imediato pós-guerra, dos tempos de luta contra o açambarcamento e da questão das subsistência, quando a principal tarefa dos ministérios da economia era o abastecimento, o tabelamento e o condicionamento. E os nossos empresários, os instalados, eram aqueles que mais temiam a liberdade. Estavam quase todos contra as portas abertas...
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José Adelino Maltez
30 de Junho de 2011
Quando eu era menino e moço e passeava meus alvores profissionais como adjunto da governança, tive, um dia, que recolher opiniões das nossas associações patronais sobre a eventual criação de uma lei da concorrência que eliminasse uma das originalidades portuguesas no seio da OCDE, a de mantermos o único sistema de lucros excessivos...