Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

05
Jun 11

Lá votei. E pela primeira vez, quase em quatro décadas, até fui sondado à boca da urna. Impressionou-me este eleitorado de Lisboa velha. Até eu, que sou velho, parecia novo, entre tantas bengalas, no toc-toc de um país aposentado, dependente do senhor Estado...

 

Os primeiros resultados analíticos demonstram a incapacidade que as sondagens tiveram quando não conseguiram medir o nível das abstenções. Por outras palavras, estas eleições não tiveram o ritmo de mobilização heróico, nomeadamente das eleições para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975... O povão não sentiu a "pátria em perigo". O normal continua a ser o haver anormais.

 

O drama dos analistas profissionais é que costumam ter razão antes do tempo. Até nos palpites.

 

publicado por José Adelino Maltez às 13:39

03
Jun 11

 

Cavaco corre o risco de não perder as eleições de domingo...os resultados das presidenciais podem repetir-se. Pena, terem demorado tanto tempo a realizar-se.

 

Se o PS sair do governo, um qualquer líder pode dizer, com toda a justiça que o partido não assinou nenhum acordo com a troika. Partidos troikados foram só o PSD e o CDS. Porque o governo de Portugal não é nem era o PS. Não é problema de forma. É de fundo. Era a mesma coisa que dizermos que Cavaco representa o PSD, o CDS e o MEP.

 

Não tarda que o PS teorize a tralha socrática...

 

Ontem, depois dos telejornais, foi patético demais aquele debate onde o MEP aparecia ao mesmo tempo em quatro televisões, no deferimento de um diferido com que cumpriram uma providência cautelar. Resta saber se vai haver outra para a nulidade das eleições ou para a inconstitucionalidade do acordo da troika...

 

Belmiro deve ter mais peso do que Basílio e Manel Pinho juntos, mas nenhum deles é minimamente povo.

 

O largo espaço que vai das empresas de regime às escolas de regime, depois de afogar os socialistas, prepara-se para liquidar as esperanças de Passos, através das velhas técnicas do congreganismo dos carreiristas cobardes que, há muito, investiram nos próximos ministeriáveis e nas viúvas do costume, com seus discursos de rapina resiliente...

 

Até no carreirismo universitário isso é frequente nos transportadores de pasta do profe... visando garantir o sindicato das citações mútuas que nos leva a atrasos seculares, filhos da inquisição, da censura e das modaas que passam de moda

 

O situacionismo é mera consequência do arquipélago corrupto de sub-situacionismos que nos vão sufocando em rede, a dos comadres e compadres que abocanharam a mesa do orçamento num fartar vilanagem de "outsourcing", consultadoria e falta de vergonha, através de uma ampla coligação de padrinhos que vai do salazarismo aos arrependidos da extrema-esquerda, com PSD e PS no núcleo distribuidor das prebendas...

 

O que estará em cima é o que já está em baixo, nas quintarolas sub-estatais do regabofe. Ainda ontem, lia discurso de um destruidor institucional, até há pouco ministeriável, onde, sentado no poder, invocava o regresso ao modelo so situacionismo anterior. Exactamente aquele que o dito da dita carreirística espatifou. Está à espera que o subchefe compadre vá mesmo a ministro.

 

Se, pessoalmente, continuo sem saber onde votar, reparo como o vento mudou e a corrente dominante até arrasta o próprio Sócrates para subliminares discursos onde abundam formas verbais só em pretérito. Por outras palavras, até Sócrates já é pós-socrático, sem que o PSD se torne pós-cavaquista, devido à sombra mediática de Portas...

publicado por José Adelino Maltez às 15:41

Dito à bruta: as sondagens não conseguem acertar na abstenção. Mesmo que em dez portugueses, dois não sejam urneiros, poderemos dizer que o nosso problema político está nisto: há um dedo para o CDS, um para o PCP, um para o Bloco, dois para o PS e dois para o PSD. O dedo que falta é o decisivo, costuma passar do PSD para o PS e do PS para o PSD.

 

Dos nossos dez dedos, talvez só quatro é que trabalhem e um está desempregado, mas seis estão dependentes do aparelho de Estado. Infelizmente, os três a quatro dedos da emigração activa, praticamente, nenhum vota. Isto é, estamos deprendentes dos dependentes do ministerialismo.

 

A democracia não pode ser um jogo de soma zero, mas um jogo mobilizador, de soma variável. Logo, como quase todas as maiorias aritméticas parlamentares são socialmente minoritárias, só como lideranças regeneradoras e congregadoras pode haver governos efectivamente nacionais. Tenho esperança.

 

Não me apetece um governo desta direita, nem um governo desta esquerda. Serão sempre de esquerda com temperamento de direita, ou vice-versa. Prefiro um governo do centro excêntrico, contra o centrão mole e difuso que nos fez tornar indiferentes e permitiu a corrupção.

 

Odeio a cobardia das modas que passam de moda e estão sempre disponíveis para a saudação subserviente face ao vencedor. Porque só é novo aquilo que se esqueceu. E só há o verdadeiro fora do tempo. Mesmo que, normalmente, tenha razão antes do tempo.

 

Há, de certeza, homens de bem na meritocracia de Portugal que vão fazer pontes e talvez haja efectivas promessas de cooperação entre as principais forças políticas. Nem que seja um acordo sobre o que estão em desacordo, com cláusulas condicionais de cooperação. Foi assim que Soares e Mota Pinto nos governaram com Ernâni Lopes. A fórmula não vai repetir-se, mas pode inspirar

 

No preciso momento em que começa o dia de reflexão, estarei a votar com saudades de futuro.

publicado por José Adelino Maltez às 13:36

As frases que comentam as sondagens já estão todas as escritas. Só falta uma coisa, a votação. Os programas eleitorais já foram todos escritos. Só faltam uma coisa, troiká-los...

publicado por José Adelino Maltez às 13:36

Cavaco corre o risco de não perder as eleições de domingo...os resultados das presidenciais podem repetir-se. Pena, terem demorado tanto tempo a realizar-se.

publicado por José Adelino Maltez às 13:34

O largo espaço que vai das empresas de regime às escolas de regime, depois de afogar os socialistas, prepara-se para liquidar as esperanças de Passos, através das velhas técnicas do congreganismo dos carreiristas cobardes que, há muito, investiram nos próximos ministeriáveis e nas viúvas do costume, com seus discursos de rapina resiliente...

publicado por José Adelino Maltez às 13:34

O situacionismo é mera consequência do arquipélago corrupto de sub-situacionismos que nos vão sufocando em rede, a dos comadres e compadres que abocanharam a mesa do orçamento num fartar vilanagem de "outsourcing", consultadoria e falta de vergonha, através de uma ampla coligação de padrinhos que vai do salazarismo aos arrependidos da extrema-esquerda, com PSD e PS no núcleo distribuidor das prebendas...

publicado por José Adelino Maltez às 13:33

O que estará em cima é o que já está em baixo, nas quintarolas sub-estatais do regabofe. Ainda ontem, lia discurso de um destruidor institucional, até há pouco ministeriável, onde, sentado no poder, invocava o regresso ao modelo so situacionismo anterior. Exactamente aquele que o dito da dita carreirística espatifou. Está à espera que o subchefe compadre vá mesmo a ministro.

publicado por José Adelino Maltez às 13:32

Se, pessoalmente, continuo sem saber onde votar, reparo como o vento mudou e a corrente dominante até arrasta o próprio Sócrates para subliminares discursos onde abundam formas verbais só em pretérito. Por outras palavras, até Sócrates já é pós-socrático, sem que o PSD se torne pós-cavaquista, devido à sombra mediática de Portas...

publicado por José Adelino Maltez às 13:29

02
Jun 11

Confesso que não quero que o meu país entre em bancarrota, nem controlada. Mesmo que isso implique a transição de Sócrates como Primeiro Ministro. A solução parece simples: não entrarmos em crise política e usarmos o actual quadro parlamentar para mais uma tentativa de mobilização nacional através de novo governo PS, ou de nova maioria absoluta, política e social.

publicado por José Adelino Maltez às 19:22

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Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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