Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

03
Jul 11

Ouço Santana Castilho na SICN. Medito. Medito. Denuncia a opção pelo reforço da solução da directorocracia e da municipologia. Sente-se aterrorizado e denuncia a desonestidade política, com experiência própria. Tem a honradez de não entrar no rebanho elogiador do neoministerialismo. Por mim, são mais as coincidências do que que os acasos. Quase subscrevo tudo.

 

Eu, pessoalmente, não tenho razões de queixa. Nunca tive ilusões quanto a soluções ecléticas do "tudo ao molho e fé em Deus", no do pragamtismo do milagre de uma vitória eleitoral. Até porque já fui dirigido por quem agora nos sobredirige e reparei nas primeiras citações invocadas. Não uma, mas duas vezes. Até sei porquê. Já o experimentei, posso julgá-lo. É um erro básico de teoria.

 

Estou a referir-me a tudo. Sobretudo ao conservadorismo do programa do governo e à ilusão de venda do propagandismo de um só artista. A reforma só acontece quando houver correntes de ideias e equipas institucionais que queiram ir à estrutura. Essa do artista português era só para a pasta medicinal Couto.

 

António Sérgio e Leonardo Coimbra também foram ministros. Mas desses, do respectivo nível, estamo, não a milhas, mas a milhões de anos de luz.

 

Quer uma observação radical: este ministro veio da máquina. É a sua menina dos olhos lindos. Basta ver o currículo. E entender o conceito de máquina. Até burocrático-empresarial.

 

Julgo que desde a primeira hora e do primeiro minuto, o do programa Catroga que aqui e publicamente denunciei a opção, mesmo antes de Santana Castilho apresentar o respectivo livro e de Pedro prometer publicamente aproximar-se das críticas recebidas. A política educativa é fundamental e custa muito aos contribuintes para o mais do mesmo, à espera de voluntarismos e de políticas de imagem bem embrulhadas.

 

Os professores, as escolas, os alunos e as famílias têm sofrido demais para que politiqueiramente venham dizer que essas críticas são manias intelectuais de professores com más experiências com os políticos ou com guerrazinhas de homenzinhos com ambições. A coisa é bem mais funda. É carimbarmos como mudança um belo discurso de RGA, só porque ninguém tem a pachorra de construir uma alternativa do grão a grão, com os pés no chão e a cabeça no sonho. O problema não está no novo ministro e na sua equipa secretarial. O problema está nos velhos partidos que pensam que vão varar as Tormentas e chegar à Índia sem Escola de Sagres e sem Bartolomeus que morram tentando. A educação é coisa pública e requer uma política pública institucional, com ideia de obra, manifestações de comunhão e rigoroso cumprimentos dos pactos. Não se faz por decreto ou por "révolution d'en haut".

 

Isto não é um problema de pessoalismos e de protagonismos. É um problema colectivo. De correntes de pensamento. Que sejam bem mais fundas. Direi que é um problema de patriotismo científico.

 

 Deus queira que me engane...

publicado por José Adelino Maltez às 12:33

Estado do Vaticano, depois de anos de défice, passa a dar lucro. Por causa das receitas do turismo. À atenção dos nossos especialistas em contas. Com um aviso, o essencial do espírito e dos reais fluxos não entra nas contas contáveis.

publicado por José Adelino Maltez às 12:32

 

Antes de encerrarem escolas e extinguirem autarquias, espreitem este mapa. Da autoria de um competente membro do governo de Sócrates. Podiam fornecê-lo a certos troikados.

 

Este mapa é a prova da vergonha da minha geração. A que continuou a desertificar Portugal e ainda não sabe o que é um desenvolvimento rurbano. Mas que citam Orlando Ribeiro meio século depois, sem arrependimento.

 

Por acaso Gilberto Freyre já tinha assinado a coisa. Abaixo a política do pato bravo e dos satélites partidocráticos suburbanos que nos envolvem em arroz de polvo à malandrinho.

 

Prefiro que me dêem raia.

 

Enquanto não nos libertarmos dos gaioleiros da pulhítica, apenas vamos mudando de tentáculos.

 

Sou liberal, mas não sou parvo.

 

Nunca tanto especialista e tanta burocracia de ordenamento. Infelizmente falta ordenação. Porque ela só vem quando há ordem por dentro da cabeça de quem sente. A pátria como terra dos mortos e como mátria.

 

Só há ordem para quem ascende.

 

Mas a geografia, segundo certas modas do poder, não é ciência...é como a minha...infra-ciência

 

publicado por José Adelino Maltez às 12:27

Ai do regime se cair nas parangonas sensacionalistas de um jornal de hoje, entre bufarias sobre derrotados, espionites da futebolítica e promessas incumpríveis vindas dos vencedores. Tudo agrava a esquizofrenia, do vingar é fácil. Temo pelo coice do populismo.

 

Senhores ministros e secretários de Estado, arredem de vós os pretensos manipuladores do "agenda setting"!

 

Senhores ministros e secretários de Estado, reparai como os mais rápidos aduladores de hoje, ainda há dias ou hà meses vos declaravam feios, porcos e sujos...

 

Fazei aos outros o que ele não vos fizeram. Não chega não fazer aos outros o que eles vos fizeram.

 

 Mas se fizerem a mesma coisa aos que já eram os outros para os outros, acrescentando outros aos outros, nunca mais seremos nós. A maioria calada que vos permitiu aí chegar, depressa será de outra maioria moral, dos homens felizmente revoltados. Lá estarei mais uma vez.

publicado por José Adelino Maltez às 12:22

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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