Registo de algumas análises, farpas e aforismos no Facebook de José Adelino Maltez

29
Jul 11

Pedro: o inquérito ordenado aos serviços de informação «não está relacionado com o caso Bairrão mas com alegadas fugas em 2009 ou 2010

 

Já agora podiam ir a 2008 e antes, para confirmarem o normal anormal desta permanecente falta de sentido de Estado.

 

Os serviços de informação foram só depois do assassinato de um político palestiniano numa reunião da Internacional Socialista no Algarve.

 

É tudo pós-revolucionário

publicado por José Adelino Maltez às 11:29

No debate parlamentar, estão a pôr muita água na fervura dos picaretas falantes. Devem saber muito bem o que amanhã serão as parangonas.

 

Julgo que foi Brito Camacho a dizer que quanto mais fraco é o argumento, mas alta tem que ser a vozearia. A caricatura é definitivamente pretérita.

publicado por José Adelino Maltez às 11:28

A velha técnica do sofisma persiste no estadualismo sem dor. De meia dúzia dos nomeados, uns atacam os mais competentes e o nomeador apenas defende os mais competentes, nada dizendo da nebulosa dos escritórios de advogados ou dos que continuam a suprema missão da presidências das assembleias gerais e dos conselhos fiscais. Passam ambos ao lado, entre o contrismo e o clientelismo.

publicado por José Adelino Maltez às 11:27

A velha herança da hipocrisia é que permite as sucessivas faltas de autenticidade dos poderes estabelecidos. Preferimos estórias de teorias da conspiração e genealogias de notáveis, mas somos incapazes de identificação dos grupos de interesse e dos grupos de pressão. Dos que têm mais poderes que o próprio poder, mas que fogem sempre com o rabo à seringa nominativa, sobretudo para quem precisa de protecção.

publicado por José Adelino Maltez às 11:25

Há uma saída facílima, um acordo entre Passos e Seguro, confirmando que eles não são meros feitores das forças vivas. Um acordo não escrito, evidentemente, mas sagrado, de palavra de honra, renunciando aos habituais métodos do clientelismo e da compra do poder. Eles sabem melhor do que nós. Até confio que queiram. Livrem-se dos intermediários! Retomem o primado da política.

publicado por José Adelino Maltez às 11:24

O segredo das democracias exige boas oposições para melhores governos. Só que, os adversários têm um lugar comum no diálogo, até para acordarem no que estão em desacordo. E não são acordos de governo nem acordos parlamentares, ou folclóricos acordos de regime. São coisas não escritas chamadas consenso nacional. Foi assim que refundámos a democracia. Os velhos pais-fundadores sabem.

publicado por José Adelino Maltez às 11:23

28
Jul 11

Quando se inventa um inimigo obsessivo é costume que a interacção reproduza os próprios traços fundamentais do outro no próprio eu. O manifesto de Breivik poderia ser de Bin Laden, um pouco à imagem e semelhança da fantasia de Hitler sobre o Estado Judaico e que ele tanto temia como admirava. Os irmãos inimigos são sempre iguais, especialmente quando, com dolo eventual, se reduzem os assassinados a danos colaterais.

publicado por José Adelino Maltez às 10:28

Acabo de ouvir na SICN três antigos altos dirigentes do PSD, do PS e do CDS, abordando de forma bem informada a questão das fugas de informação que põem em dúvida os nossos serviços de informação. Todos confirmaram que a dúvida já pertence ao pretérito, remoto e menos remoto. O ponto de não regresso já não admite pensos rápidos e já não chegam intervenções aparentemente cirúrgicas.

publicado por José Adelino Maltez às 10:19

Hoje pediram-me que fizesse uma boa acção, daquelas do tempo da meninice, que era apenas a de conversar com alguém que se sentia só, por acaso o Ângelo. Senti a felicidade de quem recebeu e deu. E arrependi-me de não fazer isto todos os dias. Amigos, do Facebook, cada um tem o seu Ângelo a quem pode telefonar e dar um abraço. Vamos, então, mudar o mundo!

publicado por José Adelino Maltez às 10:19

 

 

 

Lembro-me de ter dissertado, na dita tese de doutoramento, numa coisa titulada "ensaio sobre o problema do Estado". E recordo o subtítulo "Da razão de Estado ao Estado-Razão". Chamaram-me poeta. E com propriedade profética. Foi feita ao mesmo tempo que caía o Muro. Mas continuaria a subscrever noventa por cento.

 

 

 

O Estado, desde que Maquiavel inventou o nome, sempre esteve de acordo com a etimologia: uma forma substantivada (estado) derivada de um verbo (stare). Quando se tentar captar a coisa, ela foge-lhes por entre os dedos analíticos goza quem nem uma perdida

 

O melhor Estado do mundo ocidental, isto é, aquele que até pode ser império com o "free trade", teve sempre uma pequena vantagem: nunca teve o conceito de Estado. Por cá, no manual de OPAN, ele sempre foi "a nação politicamente organizada". Isto é, música celestial para o tradicional conto do vigário.

 

O Estado é a medida de todos os discursos políticos, confundindo-se quase sempre o Estado-Aparelho de Poder com o Estado-Comunidade. E depois, até nos comparam com os States, não reparando que aí há mesmo comunidade, ou com o British, não tendo aprendido que aí há mesmo Establishment. As corporações caseiras agradecem o provincianismo destes "naïfs". Comem-nos na primeira conversa de factos. E sem molho.

 

Não há governo do nosso último quarto de século que não tenha proclamado reduzir o Estado. Na prática, o aparelho deglutiu e discurso e cresceu até à custa de tal discurso. Seria conveniente notar que o Estado é um problema que só se resolve quando se tiver uma ideia dos Estados dentre do Estado e além do próprio Estado. Ele não é uma coisa, é uma relação e, consequentemente, uma ralação...

 

Dos piores gestores e dirigentes da administração pública que eu conheci, e conheço, estão alguns dos mais encartados reformadores das engenharias das pretensas reformas da coisa e que nisso vão mantendo emprego em regime de cogumelos venenosos. Os mais fracassados são os idiotas úteis que acreditam neles e os chamam para as engenhocas legiferantes.

 

 

Não há governo do nosso último quarto de século que não tenha proclamado reduzir o Estado. Na prática, o aparelho deglutiu e discurso e cresceu até à custa de tal discurso. Seria conveniente que o Estado é um problema que só se resolve quando se tiver uma ideia dos Estados dentre do Estado e além do próprio Estado. Ele não é uma coisa, é uma relação e, consequentemente, uma ralação...

publicado por José Adelino Maltez às 10:15

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Biografia
Bem mais de meio século de vida; quarenta e dois anos de universidade pública portuguesa; outros tantos de escrita pública no combate de ideias; professor há mais de trinta e cinco e tal; expulso da universidade como estudante; processado como catedrático pelo exercício da palavra em jornais e blogues. Ainda espera que neste reino por cumprir se restaure a república
Invocação
Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
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