Parafraseando Montesquieu, podemos dizer, das secretas, que um qualquer homem que aí tenha poder tende a abusar do poder que tem. Vai sempre até onde encontra limites. Porque, cada pode é um acelerador e só se controla se houver eficácia do travão ou dos contrapoder. O problema não está em saber quem manda, está em saber como se controla o poder dos que mandam.
900 no activo. Não sei quantas vezes mais os que nestas e noutras passaram. Mais outros tantos que se reproduziram noutros sectores como consultores. E uma mancha enorme de candidatos e alunos que os desempregados, reformados e aposentados das primeiras propagam, para gáudio dos palermas que acharam que tal actividade lhes daria prestígio. Tomara eles agora meterem tudo debaixo do tapete. Sem contar com os informadores que receberam adequado prémio e os inquisidores que com isso gastaram tempo do Estado em processos, inquéritos e notas oficiosas, sem falarmos em viagens de turismo científico.
Muitos nem sequer consultaram o que João Paulo II escreveu sobre o famoso "Estado de Segurança Social". Na doutrina social da Igreja é o que, em linguagem da Festa do Avante, significa "fascismo".
E há, tal como houve, gente de esquerda que deglutiu a pílula, em nome do cientificismo. Tinha sotaque brasileiro.
Líderes esquizofrénicos também os há em democracia pluralista, sobretudo pela vontade de servi-los, entre os que os rodeiam e sabem que só sobrevivem pela adulação e pela persiganga. Felizmente, quando há opinião livre e pluralista, acabam despedidos, através de adequados golpes de estado sem efusão de sangue, como são as eleições. O problema persiste nos pequenos quintais onde só votam os da respectiva córte, habituados ao chiqueiro. Uso corte com um acento no ó, que a da mesma origem etimológica da outra. Porque há muitos micrro-autoritarismos sentados à mesa do orçamento que ainda se deglutem desse esterco.
O que se passa nas secretas, acontece em espaços democráticos de poderes absolutos provenientes de maiorias ditas democráticas, como em regiões, autarquias, universidades e institutos, sempre em nome da virtude, onde os invocados bons fins justificam todos os meios, incluindo os dos tratantes e dos delatores, com más experiências nas secretas.
Já li no quiosque do Liceu Camões, de cadela à trela, o público jornal "Público". Fiquei a saber que o que se passa à volta dos serviços de informações, para ser mais preciso, e onde, afinal, há apenas trezentos gloriosos, conforme precisão de JSC, aqui, é o costume de círculos concêntricos de um nevoeiro promovido pela inveja igualitária dos pretensos eliteiros que se auto-reproduzem em sucessivas clausuras fechadas que continuam na venda de ilusões, a coberto de muitos marechais frustrados.