A incerteza da nova geopolítica do euro mandou extinguir autarquias e o ministro das ditas que, segundo a nova orgânica governamental não coincide com o ministro da administração pública, decidiu acabar com muitos chefes, mas sem dizer que vai fazer dos índios. Uma questão de heteronomia do estadão, onde há quem faça sermões de propaganda e quem ainda não saiba como vai administrar a reserva dos índios. Nem Frei Tomás o poderá pregar aos peixes.
Convinha dizer que só depois de Abril passámos a ter autarcas mais directamente eleitos do que os senhores ministros que são sempre ajudantes dos primeiros-ministros, indirectamente eleitos.
Essa treta da lista de extinção de organismos, empresas estaduais e fundações isentas de imposto, porque obedece ao princípio dos vasos comunicantes, só ilusoriamente comprime o aparelho de poder. Ainda não começaram a discutir o essencial: a efectiva devolução de poderes às comunidades, à semelhança do que começaram a fazer nas zonas das IPSS, das escolas ditas privadas, e das misericórdias...
Para acabar com o monstro estadualista, o tal cão de guarda da propriedade, alimentado a impostos, importa fazer o mais difícil: devolver poderes e propriedades aos indivíduos, às famílias e aos outros grupos que são constituídos de baixo para cima, sem os confundirem com os grupos de pressão que se dizem sociedade civil, partidos ou sindicatos e que dizem representar a sociedade civil.