A maioria dos activistas que nos levaram à beira do precipício continua a jogar ao ritmo deste carcomido portugalório da futebolítica e dos caciques sub-estatais que vivem em serôdias megalomanias, como se a crise só afectasse os outros. Os pirómanos ainda andam à solta, nomeadamente os laranjinhas colaboracionistas com o "ancien régime" do regabofe.
Não é pelo facto de alguém mostrar o cartão de filiado nos vencedores que ele passa a ter hobbesiana razão ou faz olvidar o seu papel colaboracionista com o desastre. No meu dorso está bem marcadas as facadas recebidas de muitos deles, os que tentam fazer sucessivos "deletes" em recentíssimas operações de "charme" nomeativas...
O murro que ontem levámos implica reconhecermos a velha lei de Saint-Exupéry: para sobrevivermos, temos de nos submeter; mas para vivermos, temos de continuar a lutar. Os problemas financeiros apenas têm solução financeira. Mas não apenas uma solução financeira.
A solução não está no "deixem-nos trabalhar". Temos todos que trabalhar, não como escravos, mas como homens livres. No quadro da autonomia nacional.
Sou europeísta e até federalista. Porque a minha Europa tem de ser uma nação de nações, como diria Montesquieu. Ai de nós se somos ocupados pelos tecnocratas do jacobinismo centralista dos banqueiros. Dos que nunca morreram pela pátria e pela Europa.
Antigamente, quando alguns gritavam por liberdade, logo outros puxavam da pistola. Agora, para quem grita liberdade, mostram logo o livro de cheques, sob a forma de cartão de crédito.
Não sou colunista nem comentador pago de qualquer jornal. Mas acho graça a um patrão que reinventou a luta de classes de colunistas contra jornalistas, conforme a velha regra maquiavélica do divide para reinar.
Imaginemos que alguém tinha passado a grande figura moral do regime, por tiradas de defesa do sector público contra a concorrência desleal do sector lucrativo. Imaginemos que cinco minutos depois da idade da gerontocracia, ele rasgava todos os seus discursos de décadas em nome de um cheque. Acabaram de me informar desse mais um desses freis tomásios da nossa praça.
Entre a velha minoria e a nova maioria, há alguns bojudos taxímetros que cobram das sociedades de economia mística. Aquelas onde a classe partidocrática dos lóbis que não uivam recebe títulos de pretensa nobreza intelectual. Por alguma razão o "sôtôr" é o sucedâneo das velhas aristocretinices. Basta ver com atenção o dedilhar autocontemplativo de certos currículos neoministeriais.
As avaliações das ratadoras são injustas e imorais. Já o eram durante o governo de Sócrates. Esperemos que o actual situacionismo não estrague a necessária mobilização nacional. Os outros puseram-se em bicos de pé, esperemos que este não fiquem de pé atrás. Para momentos de excepção, suba-se a parada do consenso interno. Já!
Não há únicas soluções pensadas apenas por Portugal. Há soluções que nos ultrapassam e que apenas podemos influenciar. Não seria útil cortarmos as relações diplomáticas Washington, embora por vezes apetecesse. E também não vale a pena o fia-te na Virgem e não corras. Se o GPS da soberania está avariado, é navegar... Navegar é preciso. Até que a pororoca desague no Tejo
Gente fina é outra coisa. Quantas vezes já me disseram do outro lado do micro-ondas...não posso dizer tudo, pá, isto está com ruídos esquisitos! Eu cá sou plebeu. Apesar de ser ouvido, julgo que nunca me escutaram.
Aqui não há "gates", só gaitas, aguas furtadas e muitas cancelas. Há muitos e muitos casos, de há muitos anos.
Mais "news of the world". À moda da casa e sem muito molho. Assim, a modos dos pastéis de Belém, os doces.
Se querem escutar coisas que nos orgulham, ponham na agenda o dia 9 de Julho, no CAM, orquestras geração. Parabéns à Luiza e à sua equipa. O abraço armilar também se pratica por cá. Mesmo sem ainda chegar a pororoca