Annus horribilis (2011), Annus horribilis (2012), Annus horribilis (2013), Annus horribilis...horribilis. Não sou eu que o prometo, é o primeiro-ministro indigitado.
A actual república dos portugueses não monopoliza a história dos portugueses. Só no Brasil há mais de cem milhões dos sucessores de D. Afonso Henriques. São, pelo menos, dez vezes mais...
Dia zero. Daquilo que não se herda, mas que se conquista. E tudo sem bandeiras da Europa ao fundo. Eram seis e da república. Fica a leal expectativa de quem tende a ser do contra. Mas gostei das palavras de Passos. E não desgostei das de Portas. Quase digo o mesmo que disse de Sócrates no seu dia zero. O estado de graça é sempre assim.
Pena! Eu gosto muito das doze estrelas...Ao que consta, o Padre António Vieira tinha proposto o símbolo em causa para o respectivo Quinto Império. E a unificação europeia foi buscar o mesmo símbolo a um vitral da catedral de Estrasburgo, sobre a Virgem Maria, conforme também dizia nosso querido padre, português e brasileiro, para ser português inteiro!
Entre as doze estrelas e a armilar, há uma identidade universal, a nossa!
Não há nada mais absurdo do que o totalitarismo doce das "révolution d'en haut" lançadas pelo regulamentarismo estéril de certa burocracia que nos quer engenheirar em normalizações que matam a liberdade individual e a criatividade que não se contém nos descritores. A pior criatura do socratismo foi o exacto contrário do criador...Este regime de sargentos e contínuos, arvorados em catedráticos.
Esta mistura salazarenta de maoísta e hierarca gerou um mostrengo que vai perdurar em burrocracias, sobretudo no sistema dito de ensino, esses repetidores cronológicos e analíticos que nunca compreenderão os liberdadeiros do pragmatismo clássico nem a aventura da insolência. Dão sempre nota dez, mesmo a um eventual prémio Nobel...
Li, com cuidado, os dez objectivos do próximo governo. Julgo que, à excepção de uma ou outra frase, susceptível de ser entendida como crítica ao socratismo, não haverá nenhum militante do Partido Socialista que não subscreva essas cláusulas gerais. Há apenas mera renovação na continuidade, do mesmo situacionismo. Renova-se mais o estilo do que o texto. Até a gente nova pode ser a velha.
Se juntarmos, sem numeração, estes pedaços do decálogo da nova governança, poderemos ler um dos belos discursos analíticos do presidente Cavaco. Por outras palavras, há coerência programática de uma linha miscigenada entre a social-democracia e o social-cristianismo. É o que observo, de fora. Sem surpresa.
Há quem num só esguicho se insurja, e bem, contra o racismo germânicos dos pepinos, para logo invocar a tradição otomana do Estado grego. Prefiro Lord Byron e não sou viking!
Os candidatos a magistrados não são magistrados, como titulam as notícias. E o clamor levantado demonstra que a magistratura é uma coisa séria demais para ficar circunscrita aos magistrados e aos corporativismos que os circundam. Ainda bem! Começamos a ter consciência da importância do tradicional terceiro poder da coisa pública! Não queremos que eles seja meras bocas que pronunciam as palavras da lei.
Infelizmente, parece que é mesmo assim. As direcções de uma prestigiada instituição não repararam como o tratamento burocrático de uma questiúncula normal nos anormais dos sistemas de classificação teria tanta repercussão, contribuindo assim para o desprestígio de uma categoria necessária à regeneração nacional da confiança pública. E como se confunde a floresta com umas árvores, os danos são imensos...
Os testes de cruzinhas, hoje, podem ser notáveis de precisão. Quem os inventou, os américas, até fazem hoje isso "on line" com uma objectividade incrível. Basta usar uns "magalhães" em rede e marcar ritmo de precisão simultânea e tempos impossíveis de copianço. Repetir modices de há mais de meio século pode redundar em desastre!
Essa coisa de ser professor tem a ver com profissionalismo... essa coisa de ser escola também tem a ver com certa ideia de instituição..
Como sou um velho reaccionário, bem gostava de voltar a ver magistrados presidindo a júris de todas as cadeirinhas das faculdades publicamente avaliadas, como acontecia ainda no meu tempo. Até um valor simbólico tinha. E poderia levar o CEJ a ser mais intimamente participado pelas grandes escolas de direito, num vice-versa integrativo e sem os gurus reformadores do costume, bem subsidiados como vacas sagradas.