Assisto às cerimónias do 10º aniversário do 11 de Setembro, com Bush e Obama. Ambos rivalizam em citações da Bíblia. Ao contrário do que dizia o Abade Barruel, isto só acontece na república mais maçónica do mundo. Sua Santidade, o Papa, tem pena que ambos sejam protestantes e lamenta que os seus democratas cristãos da Europa não usem do sagrado no profano. Ainda não atingiram a dimensão do pós-secular, defendida por Habermas.
O que seria de nós se a Maria de Belém invocasse o Evangelho de João no Congresso do PS? Ou se Passos Coelho citasse as Constituições de Anderson numa conversa em família? Até Fernando Rosas e Bagão Félix fariam uma conferência de imprensa em protesto. Eu prefiro que Lenine continue a ser invocado na Festa do Avante e que se continue a cantar o 13 de Maio nas peregrinações de Fátima. Sou pela invocação quotidiana do mais além, até na política.