Se os nossos políticos meditassem nas memórias de António Teixeira de Sousa, António Maria da Silva e Marcello Caetano poderiam concluir que, às vezes, notáveis especialistas em ramos de árvore, poda e estrume, correm o risco de não prender coisa com coisa, não compreendendo o sentido geral da floresta e acabando arrastados pela força daquelas circunstâncias que os podem transformar em coveiros de regimes.
Pelo menos, importa reconhecer que os problemas económicos e financeiros, como os desta encruzilhada, só se resolvem com medidas económicas e financeiras, mas não apenas com as medidas económicas e financeiras.
Contra a força normativa dos factos, isto é, do memorando negociado por Sócrates, a actual maioria da aritmética parlamentar faz bem em procurar ir além da troika.
Só que, para vencermos o Adamastor, sem morrermos da cura, é inevitável navegarmos na geometria política e social de um acordo de regime.
Por outras palavras, o novo mapa deste fim-de-semana, para quem não quer ser grego, impõe a conjugação com um PS pós-socrático, que tem a favor dele o médio prazo de uma eventual derrota eleitoral de Merkel, Sarkozy e Berlusconi. Por outras palavras, antes de chegar o tempo do eventual princípio do fim, seria mais prudente consensualizarmos o fim do princípio, voltando a princípios que sejam os verdadeiros fins!