A maioria dos activistas que nos levaram à beira do precipício continua a jogar ao ritmo deste carcomido portugalório da futebolítica e dos caciques sub-estatais que vivem em serôdias megalomanias, como se a crise só afectasse os outros. Os pirómanos ainda andam à solta, nomeadamente os laranjinhas colaboracionistas com o "ancien régime" do regabofe.
Não é pelo facto de alguém mostrar o cartão de filiado nos vencedores que ele passa a ter hobbesiana razão ou faz olvidar o seu papel colaboracionista com o desastre. No meu dorso está bem marcadas as facadas recebidas de muitos deles, os que tentam fazer sucessivos "deletes" em recentíssimas operações de "charme" nomeativas...
O murro que ontem levámos implica reconhecermos a velha lei de Saint-Exupéry: para sobrevivermos, temos de nos submeter; mas para vivermos, temos de continuar a lutar. Os problemas financeiros apenas têm solução financeira. Mas não apenas uma solução financeira.
A solução não está no "deixem-nos trabalhar". Temos todos que trabalhar, não como escravos, mas como homens livres. No quadro da autonomia nacional.