Sou europeísta e até federalista. Porque a minha Europa tem de ser uma nação de nações, como diria Montesquieu. Ai de nós se somos ocupados pelos tecnocratas do jacobinismo centralista dos banqueiros. Dos que nunca morreram pela pátria e pela Europa.
Antigamente, quando alguns gritavam por liberdade, logo outros puxavam da pistola. Agora, para quem grita liberdade, mostram logo o livro de cheques, sob a forma de cartão de crédito.
Não sou colunista nem comentador pago de qualquer jornal. Mas acho graça a um patrão que reinventou a luta de classes de colunistas contra jornalistas, conforme a velha regra maquiavélica do divide para reinar.
Faz-me lembrar o único bancário que é banqueiro, segundo o qual só ia para professor quem não soubesse fazer mais nada. Foi Ricardo Salgado em pleno estado de graça do socratismo. Porque o primeiro milho é sempre para os pardais.
Imaginemos que alguém tinha passado a grande figura moral do regime, por tiradas de defesa do sector público contra a concorrência desleal do sector lucrativo. Imaginemos que cinco minutos depois da idade da gerontocracia, ele rasgava todos os seus discursos de décadas em nome de um cheque. Acabaram de me informar desse mais um desses freis tomásios da nossa praça.
A figura em causa é mais uma. Já aparece no sítio da instituição em causa como aderente. Se ele fosse ao Facebook, teria alguns problemas de consciência.
Entre a velha minoria e a nova maioria, há alguns bojudos taxímetros que cobram das sociedades de economia mística. Aquelas onde a classe partidocrática dos lóbis que não uivam recebe títulos de pretensa nobreza intelectual. Por alguma razão o "sôtôr" é o sucedâneo das velhas aristocretinices. Basta ver com atenção o dedilhar autocontemplativo de certos currículos neoministeriais.
Será muito difícil que muitos deputados ponham a boca no trombone. Os hipermercados produtores de título intelectual sofrem imenso com a hipótese da bolha imobiliária. Até no sector público.
Como diria alguém que agora, depois de nomeado, já não o pode dizer, o problema dos ensinos ditos superiores em Portugal é muito um problema de assoalhadas, sem adequada lei do arrendamento.