O homem dito do leme, nem sabe navegar à bolina...
Governar deveria ser executar um programa, numa espécie de pilotagem do futuro, equivalente à condução de um navio, para o cumprimento de uma rota e medição da viagem realizada.
Aqui e agora, com o GPS avariado e dependendo totalmente do rebocador de credores que nos levem a porto seguro, ao abrigo da tempestade, os candidatos à eleição não têm autonomia para uma adequada de oferta de bens e viagens, embora o eleitor se mantenha racional e compreenda que acabou a era dos governos minoritários ou monopartidários, restando-nos as coligações tipo jangada
Daí que não passe de manobra de propaganda o regresso a programas omnibus, que oferecem soluções que nunca se vão realizar. Porque ameaça continuar o rotativismo e o devorismo, onde qualquer situacionismo se caracteriza por ser oposição à oposição, onde o primeiro se diz verdadeiramente socialista, na esquerda desta direita, e a segunda aparenta ser socialista menos, na direita desta esquerda.
Aqui e agora, como diria Ortega y Gasset, “ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral” (depoimento que prestei ao DE de hoje sobre programa de governo do PS).
Garanto aos meus amigos que continuo desiludido com a esquerda desta direita e a direita desta esquerda (isto é, os três partidos que têm um enganador "S" na própria sigla). Não me apetece comprar bilhetes para a segunda parte deste mau bailado, para azar do dia.