Ontem o "Mais Sociedade", procurando mobilizar os pensadores da economia, da política, da história e da literatura, que são do agrado do situacionismo das nossas forças vivas, mostrou-se disponível para um reformismo que mova o presente movediço. Temeram ser e parecer liberais, chamando-lhe pré-vitorianos, e mantiveram-se no mais do mesmo, do consenso social-democrata.
O militante número um do PSD, Balsemão, na linha dos discursos do Pátio dos Bichos, confirma o "nihil obstat" desta sucessão de situacionismos em que se tornou o regime, contra a esquerda irresponsável que não quer negociar e os liberais assumidos que poderiam pôr em causa o equilíbrio pós-vitoriano, isto é, pós-salazarista.
Confirma-se que há um bloco central mental, entre a direita dos interesses e a esquerda que se vai dizendo moderna. Outrora invocavam Bernstein (como o fez Balsemão, Cavaco e Sócrates). Agora dizem que são pelo regresso de Keynes, conforme Obama. Desde que se respeitem os preceitos da doutrina social da Igreja. É a cartilha do pensamento único dos que dizem ser o caminho, nesta encruzilhada provocada pelos próprios.
O bloco central mental, este centrão mole e difuso, já chegou a invocar Marx, o do revisionismo social-democrata, tal como agora gosta de clamar que, do liberalismo, só o político e, eventualmente, o dos costumes. Eis a fronteira: eu sou mesmo liberal, o do político a mandar no liberalismo económico e no liberalismo social.