Ontem foi beatificado João Paulo II, um dos melhores do meu tempo. Hoje foi morto em acto de guerra, à velha maneira da vindicta, Bin Laden. Gostei mais de ontem. Pelo menos, houve um pedacinho de além e conjugámos paz com coragem.
O sistema norte-americano de justiça ainda é marcado pelos modelos da vindicta privada, especialmente quando o processo da guerra não é controlado pelo direito da guerra. O critério do sucesso é o grande soberano, embora venham à memória outros assassinatos políticos ordenados pelo Estado. Dos falhados (Fidel de Castro) aos concretizados (Trotski). A Rambo, prefiro a paz pelo direito...
Um kantiano, como eu, rejeita todos os processos de Razão de Estado, dos vitoriosos, que todos aplaudem, aos derrotados, que logo teriam adequadas críticas dos treinadores de bancada, incluindo os nossos comentadores da luta contra o terrorismo. Devemos ser o país do mundo com maiores letrados "per capita" na matéria, num espaço inversamente proporcional ao nosso poderio.